1ª Jornada da Liga: FC Porto 2-1 Leiria
Acordem: o futebol já começou!
O FC Porto venceu o Leiria no 1º jogo da 1ª jornada do campeonato português 06/07. Começar a ganhar sabe sempre bem. Vencer logo na jornada inaugural é obter uma espécie de vantagem anímica sobre os adversários. Está claro que nem todos podem dizer o mesmo. Há alguns que perdem, outros que empatam e (pasme-se ou não) há ainda outros que....não jogam! Agora que as férias terminaram, regressa o futebol. Mas neste lento acordar do veranear em Algarves, alguns hábitos desta época do ano mantêm-se. O FC Porto-Leiria foi um bom exemplo disso, com os futebolistas a regressarem (re)temperados pelo sal das bacias oceânicas. O jogo principiou com o natural entusiasmo de quem inaugura algo de novo. Normalmente, os olhos arregalam-se, as pupilas dilatam, a ansiedade cresce e as expectativas são colocadas no topo da pirâmide de Maslow, como se nada mais fosse importante. Compreende-se. Nas férias, por entre mergulhos e escaldões corporais (e mentais), as esperanças renovam-se e revigoram-se (para além de se bronzearem, claro). Porto e Leiria corresponderam à expectação. Portadores de amendoados tons de pele, os jogadores mostraram vivacidade e ambição na 1ª parte do desafio. Destaque natural para os banhistas do Norte. Habituados às frias águas atlânticas que enrijecem o corpo até ao tutano, os nortenhos evidenciaram uma maior firmeza em busca da vitória. Não é que os leirienses não tenham ido a banhos, mas transportaram para o relvado uma menor disponibilidade competitiva. O Porto, durante este período, foi mais enérgico e empreendedor do que o adversário, com Quaresma e Anderson a serem os timoneiros do barco portista. Como consequência desse bom bolinar da navegação azul, o Porto foi o 1º a marcar no jogo. Tarik, após um excelente trabalho de pés (mais parecia estar sobre areia escaldante), cruzou para Adriano mergulhar na piscina do Lis. Adriano assinou o 1º tento do campeonato. Em cima do intervalo, Quaresma, após combinar com o 10 azul, entrou dentro da área e quando estava quase quase a estender-se na toalha, roçou na bola e marcou o 2º golo do FCP. Na 2ª parte, esperava-se que o Porto controlasse a partida e fizesse uma contundente exibição. Se o primeiro objectivo foi cumprido, o segundo ficou-se por uma macia intenção. Talvez o resultado coadjuvado com a memória recente das férias paradisíacas tenha causado, nos azuis, um certo convite à preguiça. Os jogadores quase dormitavam de pé. O Prof. Jesualdo foi incansável nos alertas para o perigo dessa imobilidade. No futebol, relaxamento é quase sinónimo de inundação. Esta, aconteceu aos 69 minutos. A defesa portista alagou a sua área e Pepe escorregou na poça onde um insistente Sougou chapinhava para o primeiro e único golo da sua equipa. As pernas e as pestanas dos azuis pesavam sobremaneira. Estava instalada a ressaca, própria de quem vai à praia. Aos 78 min., Raul Meireles agitou as águas. Como se de uma nova vaga se tratasse, o Porto foi despertando até ao final do encontro. Aos 83 min., Lisandro cabeceou à barra da baliza de Vale (pela 2ª temporada consecutiva inicia a 1ª jornada como adversário do FCP no Dragão). Se o argentino fizesse golo, certamente que levantaria no Dragão uma leve e fresca brisa marítima que a todos satisfaria depois de se ter aguentado o sofrimento e o entorpecimento que o calor (ou a lembrança dele) provoca. Foi pena, Lisandro merecia. Com o apito final do árbitro, todos acordaram daquela sesta de 45 minutos. Destaque para a 1ª vitória de Jesualdo no FCP e para o 1º jogo como treinador principal na Liga de Domingos (o meu 'brinca na areia' preferido de todos os tempos). A realidade não me deixa mentir: acabaram-se as férias (assim como hão-de acabar os "Morangos com Açúcar-Férias de Verão")! Fechem os guarda-sóis, sacudam as toalhas, retirem o cloreto de sódio dos corpos e acordem para o futebol! Mas que tudo e todos (Governo, Liga, clubes, FPF, dirigentes, jogadores, adeptos....) acordem de vez! For the well of the portuguese football....
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