Wednesday, September 06, 2006

Inocente ou culpado? - Parte I

Bem, apontar os inocentes ou culpados no já tão falado 'Caso Mateus' aparenta ser (à primeira vista) difícil (porque assim o tornaram), mas uma coisa é certa: o Benfica (que não tinha rigorosamente nada a haver com o assunto) acabou também ele por sair afectado por este imbróglio todo. Tudo porque a justiça portuguesa comprovou, mais uma vez, funcionar em 'slow motion', confirmando-se como a culpada por tal lentidão. Certo e irónico (ou não) é que o nome mais falado neste caso é também ele o mais inocente: Mateus. A única "culpa" do angolano foi ter decidido seguir o futebol profissional.....ou amador? E foi assim que tudo começou.... à quatro meses atrás (!?) , apesar de haver uma 'cunha (des) leal' a par do caso desde Janeiro último....
Os então recém-despromovidos (em campo) de Belém, ainda com um certo sabor amargo provocado pela derrota no último jogo da Liga (precisamente contra o... Gil Vicente) que os fez (inevitavelmente) descer, aproveitaram a incorrecta (ou correcta?) inscrição de Mateus para abrir (nova) 'guerra', desta vez, fora das quatro-linhas. Portanto, são eles os culpados pelo inicío do caos. A partir daí foram quatro longos meses sem qualquer resolução. Quatro longos meses de desprezo por este caso (embora a gravidade do mesmo). Quatro longos meses de indefinição. Quatro longos meses de expectativa. Quatro longos meses de ineficácia. Quatro longos meses de Belenenses na Liga de Honra. Quatro longos meses (a)normais no futebol português. Uma vergonha! Resultado: a poucos dias do início da nova temporada, e ainda com a tal 'cunha' (despreocupada) a banhos no Algarve, Gil Vicente e Belenenses desconheciam quem justa ou injustamente iria continuar no primeiro escalão do nosso futebol. Quem (não) estava a gostar desta indefinição era o secundário Leixões. E foi por culpa deste, que o primeiro jogo... do Benfica acabou suspenso. Tudo por causa do recurso apresentado pelos de Matosinhos reclamando direito de subida à primeira Liga. Mais uns culpados (com ou sem razão) por esta novela. E estava encontrada a primeira 'vitíma' deste caso: o Benfica!! Se os juízes deste processo tivessem levado a peito o conhecido provérbio "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje", não se tinha gasto tanta tinta.
Com (quase) todos os procedimentos (normais antes dos jogos) realizados e mais de 40 mil bilhetes vendidos na altura, os homens da Luz viram a sua estreia no campeonato adiada e os naturais prejuízos resultantes da não realização do jogo. E foi aí que começou o "show off" de um dos principais protagonistas desta história: António Fiúza. O (tão) polémico (para não lhe chamar outra coisa) presidente dos de Barcelos prometeu estar na Luz à hora marcada para o início do (já suspenso) Benfica-Gil Vicente e ainda visitar o Zoo de Lisboa. Viajou mesmo para a capital. Conseguiu o (tão desejado) protagonismo. Chegou ao ridículo, mas não cumpriu a promessa. Afinal, Fiúza deixou para outro "amanhã" o que na véspera havia prometido fazer, apesar de que num lado teria (certamente) portas fechadas, no outro (com tamanha espécie rara!), poderia ver a cena repetida.... Conclusão: regressou a casa mais calado que o galo de Barcelos quando o dia nasce (se é que isto é possível...).
Como a Federação e a Liga não se entendiam (e nada faziam) , Belenenses e Gil Vicente (e ainda o Leixões) muito menos, apareceu a Fifa nada condescendente: " Ou resolvem o caso, ou os clubes portugueses 'europeus' e a Selecção Nacional sofrem consequências!". Apesar de tudo, bendita Fifa! Pelo menos obrigou a FPF e a LPF a 'entenderem-se' e a apressarem a decisão.
Parece agora estar (quase) tudo resolvido. 'Quase' por duas razões: primeira, porque Fiúza (quem mais?) promete não "piar baixinho" e levar este processo aos limites, não temendo qualquer punição ao futebol português. Segunda: ainda continua sem data o jogo da 1º jornada do Benfica com o Belenenses (ou Gil Vicente) e não se prevê que seja fácil encaixa-lo no (já) apertado calendário 'encarnado', ou então, o Benfica será de novo prejudicado com este caso.
Os sorrisos parecem abrirem-se definitivamente para os lados do Cristo Rei, mas (tal como eu) muita gente deve andar ainda com uma pergunta na cabeça: inocente ou culpado?

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