Sunday, March 04, 2007

Apito final


Depois de alguns meses de actividade, o "Porto-Benfica" chega oficialmente ao fim. O principal motivo desta decisão deve-se ao facto de os meus companheiros, "o glorioso" e "the football fan", estarem impossibilitados de continuar a dar o seu contributo neste projecto. Fruto do conceito idealizado para este blog, confronto entre Porto e Benfica e um espaço para o futebol em geral, não faria sentido eu prosseguir sozinho com ele. Da minha parte, foi um prazer iniciar-me nestas lides ao lado de dois grandes amigos, a quem agradeço por terem aceite o desafio de fazermos o blog. No entanto, a minha paixão pelo futebol, e principalmente pelo FCP, bem como a agradabilíssima experiência que tive neste período, em que vesti literalmente a camisola, levaram-me a fundar um espaço a solo. A todos os que foram frequentadores deste espaço, para além da saudação, sugiro que visitem o meu novo sítio. Até sempre!

http://www.guardiaodainvicta.blogspot.com

Sunday, December 10, 2006

Champions League: FC Porto 0-0 Arsenal

Postes da concórdia

O Futebol Clube do Porto empatou 0-0 com o Arsenal e garantiu a qualificação para os oitavos-de-final da Champions League. Num jogo onde não era imperioso vencer, um empate bastou para o Porto sonhar com mais triunfos na edição 2006/07 da prova-rainha do Velho Continente. Este nulo, apesar de ter bastado para o apuramento, foi injusto. O Porto foi a única equipa em campo apostada em fazer jus aos pergaminhos que ostenta. No dicionário azul e branco a palavra 'vencer' é a mais relevante e a mais consultada. Nem podia ser de outra maneira. A história, a tradição e o fiel público exigiam a total entrega dos rapazes na luta pela vitória. Na realidade, não há nada a apontar aos jogadores nesse âmbito. O Porto mostrou-se sempre ambicioso, com uma determinação assinalável, correndo a todos os lances.....enfim, jogando «à Porto». O grande adversário do Porto, na noite europeia de Quarta-Feira, foi o azar. É que o Arsenal pouco se viu. O finalista vencido da última edição da Liga dos Campeões não teve vergonha de vir deliberadamente ao Dragão em "passo de caracol". Sem correr muito, sem criar oportunidades flagrantes de golo, o Arsenal deve ter saído do relvado perfeitamente radiante. No final do jogo, o sorriso amarelo de cada arsenalista comprovava o alívio inglês. Dado o futebol apresentado, foi uma sorte os britânicos não terem sofrido golos. Ricardo Quaresma cometeu a 'proeza' de enviar a bola duas vezes ao poste!!! Quem pensava que o Porto selava pactos com um aperto de mão, enganou-se redondamente. O Porto sela-os é com bolas no poste!!! Veja-se a primeira tentativa para chegar a um acordo: Lucho lançou Lisandro na direita do ataque do Arsenal. O 9 portista cruzou recuado para o remate de Quaresma que embateu no poste da baliza de Lehmann. Mas como esta tentativa de pacto aconteceu aos 49 minutos, sentiu-se que ainda havia mais tempo para discussão tendo em vista um consenso oficial. Lançaram-se ataques, ripostaram-se defesas, os treinadores meteram novos argumentos em campo mas permanecia a indecisão relativamente ao desfecho do encontro. Com mais avanços ou menos recuos arrastava-se a indefinição. Prolongar-se-ia até ao minuto 90? Nada disso. Aos 57' chegou-se a uma decisão. Quaresma, um dos agitadores da sessão, ganhou uma bola no ataque, progrediu pelo centro do terreno, contornou Djourou, inventou espaço e rematou sem hipóteses para Lehmann. Ordeiramente, a bola esbarrou no poste. Naquele momento, foi oficialmente declarada a aliança luso-britânica. Daí até ao final foi um verdadeiro pacto de não-agressão. Assim, o Porto não corria riscos de sofrer um golo e complicar contas (que na altura eram desfavoráveis na Alemanha) e o Arsenal respirava um pouco para ganhar fôlego para a Premiership. O tempo foi passando, o convívio foi agradável e, mais importante que tudo, no fim, ambos passaram à próxima fase da UEFA Champions League. E voltando a um passado recente, o Porto é já o único representante de Portugal nesta importantíssima prova. Aliados no passado, aliados no presente. Dia 15 de Dezembro é altamente provável que seja sorteada uma equipa inglesa para defrontar o Porto nos oitavos-de-final. Haverá nova aliança? No way, gentlemen!!!

Monday, December 04, 2006

12ª Jornada da Liga: FC Porto 2-0 Boavista

Divina comédia

O Futebol Clube do Porto venceu o Boavista por 2-0 no sempre aguardado derby tripeiro. E não há Porto-Boavista sem dureza, virilidade, rigidez e conduta a roçar o antónimo do fair-play. Como era esperado, este último derby da Cidade Invicta não sofreu alteração no que à tradição diz respeito. Jesualdo Ferreira mexeu no onze inicial tendo em vista o decisivo Porto-Arsenal de Quarta-Feira, para a Champions League. Assim, Fucile não foi convocado e Cech ocupou a posição do uruguaio, enquanto que João Paulo, Ibson e Bruno Moraes estrearam-se como titulares do FCP na corrente época desportiva. O começo do jogo parecia revelador quanto à predisposição das equipas. O Porto tentava chegar rápido à área boavisteira e o clube do xadrez não poupava esforços a tapar os caminhos da sua baliza. Mas no FC Porto há sempre gente versada em múltiplas actividades. É disso exemplo o minuto 7. Ricardo Quaresma fez emergir a sua faceta de explorador e, depois de se desembaraçar de dois adversários, descobriu o trilho da baliza e rematou às malhas laterais, criando a ilusão de golo no Estádio do Dragão. O 7 portista farejava o golo. O Porto não desistia de procurar a baliza de Khadim, mas diga-se que nem sempre teve êxito nessa busca. O Boavista batia-se com a bravura habitual de quem protagoniza o jogo de uma época. É um facto inegável. O Boavista quando se desloca ao reduto do Campeão Nacional é de uma aplicação notável. Praticando um futebol de raça, agressivo, no limiar da impetuosidade, o clube do Bessa não olhou a meios para dificultar ao máximo a tarefa do FCP. Refira-se que o Boavista foi a 1ª equipa a derrotar o FCP no Estádio do Dragão (0-1), em 20 de Novembro de 2004. Essa proeza ninguém pode usurpar aos axadrezados. No ano transacto, só um livre directo de Quaresma permitiu derrotar os boavisteiros. Este histórico atesta as dificuldades que o FCP sente e comprova o efectivo agigantamento que os ares das Antas provocam nos pupilos de Jaime Pacheco. O Porto pareceu manter-se alheio a estatísticas ou historiais e fez o que lhe competia. Ou seja, correr incessantemente por um golo. O que é certo é que os defensores do Boavista cortavam pela raíz todos os perigos que pudessem advir de pernas adornadas com meias azuis e brancas. Nessa 'ceifa' axadrezada não havia piedade. Nem pelo futebol, nem pelos adeptos, nem pela integridade fisíca de colegas de profissão. A 1ª parte terminou sem deixar saudades. Teve muita luta, mas, de certo modo, foi triste, com pobreza de futebol e conivência do árbitro em permitir o prologamento do jogo faltoso, impedindo assim a fluência do futebol. Esperava-se um jogo diferente na outra metade da partida e principalmente pediam-se golos. Felizmente, não foi preciso esperar muito para assistir a um dos momentos altos da Liga Portuguesa 2006/2007. Ao minuto 51, após um alívio da defesa boavisteira, a bola sobrou para Quaresma. Não se fazendo rogado pois tinha via aberta, o 7 rematou à baliza. No percurso natural da bola, entre os pés de Quaresma e a baliza, não sei ao certo o que se passou na cabeça de Khadim. Aparentemente, preparava-se para apanhar a bola, mas depois num momento de reflexão motivado por alguma lucidez de quem joga para não perder, o guarda-redes do BFC tentava tirar partido da saída da bola das quatro linhas para ganhar uns segundos ou minutos ou mesmo horas, quiçá. Mas para azar dos azares, a bola não saiu pela linha de fundo. Bateu primeiramente no poste e depois nas luvas de Khadim até que se decidiu fazer convidada a entrar na festa do golo. E é assim, ninguém é capaz de negar um capricho a uma bola. Golo hilariante do FC Porto, no mínimo. A paródia estendeu-se longamente por todo o estádio. O povo ria, ria e ria até não poder mais, porque é de frangos que gosta. Se nos primeiros 45 minutos o público se havia lamentado com a qualidade sofrível apresentado pelos artistas, agora era hora de rir. O Boavista parecia ser castigado pelo mau futebol com um lance que figurará no lote dos apanhados do fim do ano. A partir daqui, tudo se tornou mais fácil para o FCP. Aos 58', os tripeiros de azul tiveram uma excelente oportunidade para marcar. Lisandro isolado por Bosingwa permitiu a defesa de Khadim. Teve de se esperar pelo minuto 73' para a contemplação do segundo golo do FC Porto. Meireles marcou um livre na direita, na confusão a bola sobrou para Bruno Alves, que remata e Postiga desvia para golo. Daí até ao final foi a tranquilidade total. A vitória no derby da Cidade do Porto não fugiria mais aos azuis e brancos. O FCP foi a melhor equipa em campo, num jogo que fica marcado pela rispidez dos futebolistas do Boavista e pelo frango de Khadim! Moral da história: para a cura de todas as violências, rir é mesmo o melhor remédio!

Monday, November 27, 2006

11ª Jornada da Liga: Belenenses 0-1 FC Porto

Q.b.

O Futebol Clube do Porto visitou o belíssimo Estádio do Restelo e arrancou um importante triunfo. O Estádio do Belenenses merecia mais público para assistir à recepção do Campeão Nacional. É uma pena constatar que são cada vez mais os estádios com cadeiras vazias. Um clube histórico como é o Belém devia ter uma base popular muito mais significativa e frequentadora do seu recinto. Quanto ao que se passou no relvado, o Porto fez uma exibição quanto baste para conseguir os três pontos perante um opositor muito pouco ambicioso. De facto, o Belenenses limitou-se a suster a investida ofensiva do FC Porto. Só de quando em vez é que Zé Pedro, o melhor elemento dos lisboetas, tentou com remates de longe incomodar Helton. De resto, o Belém foi uma sombra. Por seu turno, o Porto entrou em campo ainda 'inchado' pela brilhante vitória em Moscovo. Se na Rússia aliou uma espantosa exibição com um fantástico resultado, o Porto, nesta partida da Liga Portuguesa, limitou-se a cumprir a obrigação de vencer. Depois da saborosa vitória diante do CSKA, o Porto pareceu não querer exagerar na exibição, sob pena de habituar mal os seus adeptos. Obviamente que qualquer 'torcedor' salivava por um ataque feroz aos pastéis de Belém. Mas o Porto consciencializou-se de que um simples pastel era mais do que suficiente para adoçar a boca e confortar o estômago. Achou por bem não exagerar nas exibições açucaradas e concentrar-se na objectividade do resultado. Ok, há que manter a linha e a distância em relação aos adversários, não vão eles pensar que isto é fácil. Logo ao minuto 8 o Porto fez golo. Porém, o árbitro também se quis armar em 'pastel', já não bastavam «Os Belenenses». Num canto directo de Quaresma, o guarda-redes Marco sacodiu a bola já depois desta ter entrado na baliza. O lance prossegiu com Postiga a falhar incrivelmente a recarga e com Gaspar a aliviar para canto. Em vez de um golo, foi atribuído um canto ao Porto. Ok, a gente habitua-se, agora que até tomámos o gosto aos cantos. Exemplo disso é o minuto 19. Quaresma cobrou o canto, confusão na área do Belém e Pepe rematou de primeira à trave da baliza de Marco. Finalmente, o golo surgiu ao minuto 41. Assunção devolveu uma bola para a área do Belém, aliviada pelos defesas do Restelo. Estes apressaram-se em subir no terreno para deixarem os portistas em fora-de-jogo, mas esqueceram-se de Bruno Alves, que estava em posição legal. O central pressionou Marco e a bola sobrou para Postiga que só teve de empurrá-la para a baliza deserta. O resto do jogo foi muito monótono, sem lances muito vistosos ou situações de real perigo para as balizas. O Porto venceu justamente e não necessitou de abusar na exibição para vencer um Belenenses muito sensaborão. Estão garantidos mais três pontos que servem para consolidar a liderança azul e branca. E no próximo Sábado há derby tripeiro!...

Sunday, November 26, 2006

Champions League: CSKA Moscovo 0-2 FC Porto

Cá se fazem, lá se pagam!

O Futebol Clube do Porto venceu o CSKA de Moscovo em jogo a contar para a UEFA Champions League. Sob uma gélida temperatura, o Porto foi mágico e transformou o gelo em fogo, aquecendo os corações daqueles que o apoiavam na Rússia e de todos os que ficaram na Lusitânia. É caso para dizer que os moscovitas é que se derreteram com a fogosidade e o poderio do 'time' português. O Porto espalhou, no gélido relvado, acendalhas de categoria, segurança e classe. O minuto 2 foi um bom augúrio para o restante jogo. Foi uma espécie de rastilho perfeito para o desejado fogo-de-artifício final. Ricardo Quaresma (que há dias jurou fidelidade ao melhor clube português, mandando às malvas atléticos espanhóis) foi o artista de serviço neste embate. O Internacional A português esteve simplesmente soberbo. Saliente-se que esta foi a 3ª vitória consecutiva do Porto na Champions League, sendo que as duas últimas foram fora do habitat natural do dragão, valorizando, por isso, o crédito dos azuis. Foi então no 2º minuto de jogo que o Porto engendrou um contra-ataque perfeito. Lucho ganhou a bola a meio-campo e entregou-a a Postiga. O 'cabecinha goleadora' meteu o esférico na direita para Lisandro, que cruzou para Quaresma, ao segundo poste, fazer o 1º golo do FCP. Rápido, simples, eficiente e bonito. As oportunidades para o Porto engordar a vantagem sucederam-se a bom ritmo. A defesa moscovita revelou uma permissividade nada expectável numa equipa que acabou de revalidar o título de campeão russo, no fim-de-semana passado. As ocasiões para o Porto marcar surgiram no capítulo em que o Porto se mostrava menos apto, já de há um bom tempo para cá. Foi, portanto, através de pontapés de canto que o Porto fez acelarar o ritmo cardíaco dos russos. Aos 13', canto cobrado pelo Harry Potter. A bola saiu do pé direito do 7, passou por Akinfeev e Postiga falhou o desvio para a baliza. Aos 15', novo canto. A bola saiu igualmente do pé direito de Quaresma, passou Akinfeev até chegar a Pepe, que na pequena área chutou por cima. Apesar do desacerto na pontaria, notam-se já melhorias substanciais nesta componente específica do jogo. E cada vez mais decisiva, sublinhe-se. De facto, as cobranças de canto eram uma autêntica pecha na folha de serviços do Campeão Nacional. Mas de volta ao futebol corrido, o FCP teve uma boa situação ao minuto 35. Postiga teve uma nesga de espaço e rematou forte para defesa difícil e incompleta de Akinfeev. Os russos bem que tentaram chegar com perigo junto à baliza de Helton, o Canarinho, mas a defesa azul e branca não permitiu grandes veleidades aos 'Dimitiris' e 'Vladimirs'. Nem mesmo os artistas brasileiros do CSKA tiveram uma noite inspirada. No entanto, Daniel Carvalho assume-se como a pedra basilar desta equipa russa. Apesar de mais pressionante, o CSKA pouco perigo criou na 2ª parte. O Porto aproveitava bem as perdidas dos moscovitas e descia rápido até à área do CSKA. Ao ritmo dos contra-golpes nasciam possibilidades de golo para o Porto. Só faltava algum jogador azul assumir-se e reclamar a paternidade de algum. Aos 59', em mais um canto de Quaresma, Bruno Alves não aproveitou nova fífia da defesa russa. Porém, ao 61º minuto, Quaresma bailou sobre um defensor russo e cruzou para a área, impelindo a dupla Licha & Lucho a dar o seu show. Lisandro Lopez amorteceu o cruzamento de Quaresma e 'El Capitan' Lucho González com um chuto fulminante fez balançar as redes moscovitas. Estava feito o 0-2 para o Porto e garantida a vitória azul e branca. Antes do apito final, aos 69', após uma boa envolvência colectiva do Porto, Postiga rematou em grande estilo e Akinfeev respondeu à letra. Daí até ao fim do jogo pouco há para narrar a não ser a mostra inequívoca de superioridade do dragão. A história repetiu-se. Tal com há dois anos, o Porto empatou no 'Dragão' e venceu na Rússia. Pode-se concluir que o estatuto do Porto confere-lhe a possibilidade e a necessária legitimação de subverter a sabedoria popular. «Cá se fazem, lá se pagam.» Eis a nova cartilha do FC Porto para resolver problemas russos. E lembrar que falta só 1 mísero ponto para o Porto se apurar para os oitavos-de-final da UEFA Champions League. Confrontar-se-ão Porto e Arsenal, no dia 6 de Dezembro. Convém recordar que o Porto perdeu em Londres por 2-0. Espera-se nesse jogo que o Porto inverta novamente a seu favor a sabedoria popular. Se «lá se fazem, cá........» Aguardemos pelo último e decisivo capítulo da UEFA Champions League.

Tuesday, November 21, 2006

10ª Jornada da Liga: FC Porto 2-1 Académica

Nosso fado é vencer!

O Futebol Clube do Porto recebeu e venceu a Associação Académica de Coimbra por 2-1. Após um interregno (incompreensível) de duas semanas, os futebolistas tentaram retomar a qualidade de jogo evidenciada até então. Familiarizados novamente com o cheiro da relva e com os gritos da bancada, os intérpretes podiam fazer rolar a bola. Nesta partida, a Associação Académica de Coimbra teve a sua prendinha de Natal antecipada ao quase empatar no Dragão. De facto, só mesmo quem acredita no Pai Natal podia imaginar que a Académica que se apresentou Sábado no Dragão marcaria um golo. A Académica apostava naquela táctica unidisciplinar e avançadíssima na intenção do "vamos para lá e vemos no que isso vai dar". É que apenas se viam «rapazinhos a correr atrás da bola». Pois bem, cada um governa-se com o que tem e o Porto, obviamente, não se revê em tal pequenez. O clube da Invicta foi arquitectando variadíssimas oportunidades para marcar. Aos 21 minutos, por exemplo, Lisandro usou uma régua marada e totalmente fora dos cânones para medir um cruzamento de Quaresma. Claro que a inconveniente falta de centímetros impediu a inauguração do placar. Volvidos 4 minutos, Lisandro dispôs de nova oportunidade para marcar. Livre cobrado por Quaresma, Lisandro cabeceou e Roma defendeu. Mas como não há duas sem três, a bola ressaltou e, mais uma vez, o argentino não conseguiu fazer balançar as redes. Nem à terceira foi de vez, Lisandro. «Vai-te lixar, Licha!» (referência a um desabafo engraçado de um adepto 'sui generis' em pleno Dragão). Foram muito relevantes as ocasiões desperdiçadas pelo FCP. Todavia, a aplicação e o estudo de situações de golo, por parte dos Campeões Nacionais, mereciam como recompensa golos e não o nulo com que se chegou ao intervalo. Faltava apenas mais acerto na finalização. Rasguem-se as tácticas e jogue-se à bolinha. Nem 5 minutos passaram após as lições dos professores nos balneários e o Porto marcava. Lisandro lançou um ataque rápido e encontrou Postiga na direita. O 'caxineiro' cruzou para o lado contrário, onde surgiu Quaresma a retribuir o miminho, colocando a bola na cabecinha goleadora de Postiga. Golo do Porto e justiça no marcador. O Porto prosseguiu na tentativa de ampliar a contagem. Aos 76 minutos, Quaresma rematou forte e foi por um triz romano que não se festejou golo. «Quem não marca, sofre». Quantas vezes será necessário repetir esta máxima popular? Até se pode estar consciente e precavido para este ditado, mas ele manifesta-se sempre que lhe apetece. Senão vejamos: o Porto dominava completamente a partida, construía situações claras de golo e o ataque da Académica era inofensivo, mas, aos 77', a Briosa empatou a partida por obra e graça de Nestor (e sabe-se lá mais quem). Assim, sem mais nem menos, sem que nada o fizesse prever, a Académica marcava na Casa do Futebol. São estes os indecifráveis mistérios do futebol, que nos trocam as voltas e nos confundem. Mas também é esta imprevisibilidade que nos atrai neste desporto. Todavia, escusado será dizer que nem Moscovo, naquela altura, rivalizaria com a zona das Antas em matéria de temperatura negativa. No entanto, havia ainda tempo e obrigação de reagir à adversidade. Todos os portistas apelavam aos deuses pela justiça futebolística. É nas horas difíceis e de aflição que se tenta acordar os deuses de um ou outro ócio inusitado. E se lá no Olimpo futebolístico algum tinha cerrado as pálpebras, abriu-as num ápice sedento de curiosidade para confirmar se a bola ultrapassou ou não a linha de golo da baliza de Roma, após livre de Quaresma, ao minuto 83. Sessenta segundos passados, Pedro Roma defendeu para canto um remate de Postiga. O guarda-redes academista cotava-se como um dos melhores elementos da AAC. Mas até Roma teve as suas fraquezas e inclusive uma queda. Canto cobrado por Quaresma, Pepe elevou-se na área e cabeceou para o segundo golo do Porto na noite, restituindo justiça ao marcador. Vitória incontestável e merecidísssima do FCP. Os deuses do futebol não dormem, só dormitam, e a sorte apenas protege os audazes. Se Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, Pepe, ao cair do pano, despediu-se dos academistas com um encantador golpe de cabeça, remetendo os conimbricenses para o trilho do seu fado. Silêncio? Nem pensar! «Pooooooooooorto!!!»

Thursday, November 16, 2006

Estádio do Dragão: 3º aniversário








O Estádio do Dragão está hoje de parabéns. O palco do Futebol Clube do Porto completa o seu terceiro aniversário. Situado na parte Oriental da Cidade, o Dragão é já uma referência para quem visita a Invicta. Moderno. Elegante. Deslumbrante. Mágico. Inebriante. Enfim, todos os adjectivos são poucos para classificar esta obra-prima da arquitectura, planificada pelo Arquitecto Manuel Salgado. A noite de 16 de Novembro de 2003 perdurará na memória de todos. Foi uma satisfação imensa entrar naquele sonho. Houve magia de Luís de Matos, música de Pedro Burmester e cantos de Isabel Silvestre. Houve também futebol de qualidade para abrilhantar ainda mais a ocasião. O FC Barcelona foi o convidado para estrear o palco de todas as emoções. O Porto venceu por 2-0, com Derlei a inscrever o seu nome na história do Dragão, ao assinar o primeiro golo. Hugo Almeida fechou o resultado do primeiro jogo no Estádio do Dragão. Nessa noite foi tudo perfeito! Passados três anos desde a cerimónia de abertura, o novo estádio do FCP assumiu-se como talismã para a equipa azul e branca. A estreia nas competições europeias foi fabulosa. O Porto venceu o Manchester United por 2-1, envolto num ambiente absolutamente fantástico. Não tenho dúvidas que foi aquela noite que nos catapultou para o inolvidável trajecto que culminou com a vitória na Champions League. Foi também no Dragão que o Porto comemorou o 20º e o 21º títulos de Campeão Português. O novo recinto também acolheu a comemoração da vitória da Taça Intercontinental, que fez do Porto Campeão do Mundo. Em somente três anos, não faltam momentos de glória. Tão bom quanto recordar os feitos passados do Porto no Estádio do Dragão, é fazer parte das consagrações futuras. Por isso, reservem já o vosso lugar na história do Clube e do Estádio. Visitem-no....o mais que puderem!