Friday, November 03, 2006

Champions League: Benfica 3-0 Celtic

A outra face da moeda

Tal como à 37 anos atrás, o Benfica perdera em Glasgow por 3-0. E tal como à 37 anos, o Benfica brindou, na Luz, os escoceses com os mesmos 3-0. No final desse jogo de 1969, houve necessidade de desempatar as contas... com uma moeda ao ar, e correu o boato entre os elementos benfiquistas de que a moeda utilizada tinha apenas uma face... Neste jogo da última quarta-feira, não se recorreu a qualquer método de desempate (até porque o mesmo não era a eliminar), mas o Benfica revelou outra... face, bem diferente da do primeiro encontro de Glasgow.
Maior posse de bola, excelente qualidade de passe (que resultava em jogadas de grande nível), mais ataques e, sobretudo, golos. O primeiro logo aos 10 minutos. Nélson, um dos grandes destaques da partida, cruzou para Nuno Gomes, mas a bola não chegaria ao avançado, porque Caldwell cortou-a... para dentro da sua baliza. O defesa escocês viria também a ser uma das figuras do jogo... pela negativa. O Benfica entrava a ganhar e caminhava para uma vitória (bem) tranquila. Com cerca de 55 mil adeptos a favor (e em fervor) na bancada (e um escocês 'simpático' no relvado...), a equipa de Fernando Santos empolgou-se o suficiente para desnortear por completo o Celtic que não conseguia chegar a Quim. Ora, se os 'católicos' não assustavam o guarda-redes português, este resolveu assustar, ou melhor, assistir... Caldwell (tem que ir às bruxas!) para este... assistir Nuno Gomes para o 2-0. O "21" aproveitou um desvio da bola na face do defesa para finalizar, ao seu estilo, e colocar o Benfica com uma vantagem confortável aos 22 minutos. O meio-campo "encarnado" (com destaque para Katsouranis) dominava o do Celtic (Nakamura era o menos mau), a defesa bloqueava as (poucas) sobras que lhe apareciam pela frente e no ataque sobressaía Nuno Gomes. Com o passar dos minutos, os visitantes foram subindo mais no terreno, mas sem grandes prejuízos para os homens da casa. E foi neste ritmo que acabou a primeira parte e começou a segunda. E foi mesmo o Celtic a criar a primeira oportunidade de golo do segundo tempo. Miller (que havia marcado por duas vezes na Escócia) aproveitou uma sobra de um lançamento lateral para tentar um chapéu a Quim, mas este, em cima da linha de golo, evitou males piores, protegendo bem a sua baliza. Esta foi, aliás, a verdadeira change dos jogadores escoceses darem uma alegria aos milhares de adeptos que vieram da Escócia para os verem. Destaque para o minuto 66. Não, não surgiu mais um golo do Benfica, nem mais um lance desastroso de Caldwell, mas sim a entrada de Karyaka para o lugar do esforçado Miccoli. O russo estreou-se na 'Champions', e, se entrasse como no último jogo na Luz frente ao Estrela, viria a ser importante para o resultado final. Aposta ganha, terá pensado Fernando Santos quando viu Karyaka fechar o placar, 10 minutos após ter entrado, na melhor jogada da partida: "Petit dá para Katsouranis, o grego lateraliza para Nélson... este dá para Simão, que de primeira atrasa para Petit.... também ao primeiro toque serve Nélson..... que centra... para trás... aparece Karyaka... golo..... gooooooooooooooooooooolo! Benfica! Karyaka!". Uma possível descrição radiofónica de um hino ao futebol. Jogada fantástica! Com o 3-0, o Benfica igualava o resultado da primeira ronda, mas ainda tinha alguns minutos para passar para a frente em termos directos com a equipa escocesa. Nuno Gomes sabia disso, e, servido por Simão, bem tentou, mas, isolado, permitiu a defesa a Bonuc. Até ao final, o jogo só conheceria mais uma ocasião de golo, e para o Celtic. Já em compensação, Nakamura ofereceu a Quim a oportunidade de voar, e brilhar. Após um livre directo, o português atirou a bola para canto. Nada mais se passou.
O Benfica respondeu na mesma moeda do Celtic em Glasgow, empatou os 'católicos' no confronto directo (primeiro factor de desempate) e festejou a vitória (que apagou a má imagem que deixou na Escócia).... tal como os escoceses. Não os que andaram a correr no campo (muito menos Caldwell), mas sim os seus (fantásticos) adeptos que, mesmo tendo acabado de presenciar uma pesada derrota da sua equipa, cantaram até saírem do estádio da Luz. Estádio onde homenagearam Féher (antes do apito inicial), acto esse, bem reconhecido pelo adeptos benfiquistas que logo responderam com uma enorme ovação.
Palmas para os benfiquistas. Palmas para os (adeptos) escoceses. Palmas para o Benfica!

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