Tuesday, November 21, 2006

10ª Jornada da Liga: FC Porto 2-1 Académica

Nosso fado é vencer!

O Futebol Clube do Porto recebeu e venceu a Associação Académica de Coimbra por 2-1. Após um interregno (incompreensível) de duas semanas, os futebolistas tentaram retomar a qualidade de jogo evidenciada até então. Familiarizados novamente com o cheiro da relva e com os gritos da bancada, os intérpretes podiam fazer rolar a bola. Nesta partida, a Associação Académica de Coimbra teve a sua prendinha de Natal antecipada ao quase empatar no Dragão. De facto, só mesmo quem acredita no Pai Natal podia imaginar que a Académica que se apresentou Sábado no Dragão marcaria um golo. A Académica apostava naquela táctica unidisciplinar e avançadíssima na intenção do "vamos para lá e vemos no que isso vai dar". É que apenas se viam «rapazinhos a correr atrás da bola». Pois bem, cada um governa-se com o que tem e o Porto, obviamente, não se revê em tal pequenez. O clube da Invicta foi arquitectando variadíssimas oportunidades para marcar. Aos 21 minutos, por exemplo, Lisandro usou uma régua marada e totalmente fora dos cânones para medir um cruzamento de Quaresma. Claro que a inconveniente falta de centímetros impediu a inauguração do placar. Volvidos 4 minutos, Lisandro dispôs de nova oportunidade para marcar. Livre cobrado por Quaresma, Lisandro cabeceou e Roma defendeu. Mas como não há duas sem três, a bola ressaltou e, mais uma vez, o argentino não conseguiu fazer balançar as redes. Nem à terceira foi de vez, Lisandro. «Vai-te lixar, Licha!» (referência a um desabafo engraçado de um adepto 'sui generis' em pleno Dragão). Foram muito relevantes as ocasiões desperdiçadas pelo FCP. Todavia, a aplicação e o estudo de situações de golo, por parte dos Campeões Nacionais, mereciam como recompensa golos e não o nulo com que se chegou ao intervalo. Faltava apenas mais acerto na finalização. Rasguem-se as tácticas e jogue-se à bolinha. Nem 5 minutos passaram após as lições dos professores nos balneários e o Porto marcava. Lisandro lançou um ataque rápido e encontrou Postiga na direita. O 'caxineiro' cruzou para o lado contrário, onde surgiu Quaresma a retribuir o miminho, colocando a bola na cabecinha goleadora de Postiga. Golo do Porto e justiça no marcador. O Porto prosseguiu na tentativa de ampliar a contagem. Aos 76 minutos, Quaresma rematou forte e foi por um triz romano que não se festejou golo. «Quem não marca, sofre». Quantas vezes será necessário repetir esta máxima popular? Até se pode estar consciente e precavido para este ditado, mas ele manifesta-se sempre que lhe apetece. Senão vejamos: o Porto dominava completamente a partida, construía situações claras de golo e o ataque da Académica era inofensivo, mas, aos 77', a Briosa empatou a partida por obra e graça de Nestor (e sabe-se lá mais quem). Assim, sem mais nem menos, sem que nada o fizesse prever, a Académica marcava na Casa do Futebol. São estes os indecifráveis mistérios do futebol, que nos trocam as voltas e nos confundem. Mas também é esta imprevisibilidade que nos atrai neste desporto. Todavia, escusado será dizer que nem Moscovo, naquela altura, rivalizaria com a zona das Antas em matéria de temperatura negativa. No entanto, havia ainda tempo e obrigação de reagir à adversidade. Todos os portistas apelavam aos deuses pela justiça futebolística. É nas horas difíceis e de aflição que se tenta acordar os deuses de um ou outro ócio inusitado. E se lá no Olimpo futebolístico algum tinha cerrado as pálpebras, abriu-as num ápice sedento de curiosidade para confirmar se a bola ultrapassou ou não a linha de golo da baliza de Roma, após livre de Quaresma, ao minuto 83. Sessenta segundos passados, Pedro Roma defendeu para canto um remate de Postiga. O guarda-redes academista cotava-se como um dos melhores elementos da AAC. Mas até Roma teve as suas fraquezas e inclusive uma queda. Canto cobrado por Quaresma, Pepe elevou-se na área e cabeceou para o segundo golo do Porto na noite, restituindo justiça ao marcador. Vitória incontestável e merecidísssima do FCP. Os deuses do futebol não dormem, só dormitam, e a sorte apenas protege os audazes. Se Coimbra tem mais encanto na hora da despedida, Pepe, ao cair do pano, despediu-se dos academistas com um encantador golpe de cabeça, remetendo os conimbricenses para o trilho do seu fado. Silêncio? Nem pensar! «Pooooooooooorto!!!»

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