Tuesday, November 07, 2006

9ª Jornada da Liga: Benfica 3-0 Beira-Mar

Ovos moles, mas com prazo....

O número 3 afinal não é só de azar para o Benfica, e este jogo veio provar isso mesmo. Depois da vitória por três bolas a zero frente ao Celtic para a 'Champions', os pupilos de Fernando Santos brindaram os de Augusto Inácio com a mesma dose. Os muitos golos apontados nestes últimos jogos resultam do futebol espectáculo e atacante que a equipa tem vindo a praticar. Para ser mais preciso, nos últimos 5 jogos para o campeonato, o Benfica marcou 16 golos (tendo facturado, no minímo, 2 por partida), e se juntarmos os jogos da Liga dos Campeões elevam-se para 19 os tentos comemorados em 7 partidas. Uma marca que está, por certo, ligada às subidas de forma dos médios (principalmente Katsouranis), de Simão, e dos avançados Nuno Gomes e Miccoli. Mas se o Benfica marcou 3 neste jogo, bem que podia ter marcado mais....
Frente a um Beira-Mar completamente estacionado à entrada da sua área, os "encarnados" desde cedo montaram a 'tenda' bem perto da baliza visitante. O ataque era (muito) bem auxiliado pelos laterais (com Nélson novamente em destaque), o meio-campo chegava para as encomendas, e a defesa poucos pedidos atendeu. Simão começou por abrir as hostes dos falhanços. Servido por Nélson, o capitão permitiu uma boa defesa a Alê. O guarda-redes brasileiro viria mesmo a ser o aveirense mais decidido e o culpado pelo primeiro golo benfiquista não ter surgido mais cedo. Com boas intervenções aos 14´ (a remate de Nuno Assis) e aos 34 minutos (após cabeceamento de Nuno Gomes), Alê era, nesta altura, a figura do jogo, e a salvação do Beira-Mar. Miccoli, irrequieto, tentou de longe fuzilar o guarda-redes, a bola embateu outra vez em Alê e foi parar a Nuno Gomes. Este finalmente empurrou-a para lá da linha de golo, mas o golo seria (bem, diga-se) anulado. O intervalo veio num ápice. As forças gastas na primeira metade foram em vão. Mas, com um futebol constantemente de ataque, embora sem golos, não se esperava outra coisa do Benfica na 2ª parte se não... golos. É que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". E foi preciso esperar apenas 7 minutos para furar. Katsouranis não estava virado para ditados, e, após excelente jogada do endiabrado Nélson, pôs, de cabeça, fim ao mini-jejum do Benfica neste jogo. É que os "ovos-moles" de Aveiro começavam agora a ser bem digeridos. O "grego" do Dragão facturou o seu 3º tento na Liga. Katsouranis gostou tanto do doce de Aveiro que quis partilha-lo com Miccoli. O italiano, que vem fazendo uma série de bons jogos, e com uma forma fisíca de fazer inveja "ao" Miccoli da época passada, 'preferiu' não abusar nas 'calorias'. Bem pelo contrário, o avançado terá queimado umas quantas com o jogão que fez. Aos 55 minutos, ainda meios atordoados, os aveirenses assistiram a um momento delicioso: Nélson recebeu um passe de Simão e passou para Katsouranis. O médio tocou a bola para Petit, este, fazendo um túnel a si mesmo, deixou-a passar para Miccoli. Fabrízio devolve ao "6", que dribla um adversário e, com um remate bem colocado, pôe o clube da Luz em vantagem por 2-0. Mais uma jogada fantástica de um Benfica de "laboratório". O Beira-Mar viu, num ápice, a sua estratégia ultra-defensiva destruída em 3 minutos. O jogo estava decididio, até porque os visitantes só se lembraram que havia uma baliza, para além da sua, aos 66 minutos. Quim, num intervalo do seu aquecimento que o mantia morno, foi chamado a intervir num livre de Emerson, e que intervenção! Grande defesa do internacional português. Até ao final da partida, mais três momentos relevantes. O primeiro no minuto 71. Buba, pouco inspirado esta noite, leva o segundo amarelo e consequente vermelho, mas não sai de campo sem ouvir os aplausos da bancada. Os adeptos benfiquistas não esqueceram a alegria dada pelo camaronês na jornada anterior.... Poucos minutos depois, o segundo destaque: o climax do show de Miccoli no jogo. Depois de receber um passe, e com um adversário nas costas, o italiano, apenas com um pé, roda sobre a bola, deixando o aveirense à nora e mal-disposto. O delírio do povo benfiquista só não foi maior, porque Alê evitou, mais uma vez, o golo. Seria um excelente golo, mas, de qualquer das maneiras, este foi sem dúvida um pormenor demonstrativo da qualidade de Miccoli. Será por causa destes "cuppinus" (nome por que é conhecido em Itália o tal toque) e outras perícias que não deixaram o italiano participar no clássico? A terceira nota vai para o último golo benfiquista apontado..... por um aveirense. Ricardo (o tal "à nora"), dando seguimento a um cabeceamento de Luisão para Miccoli, intrometeu-se no caminho da bola e desfeitiou Alê. Foi o cúmulo do excessivo acanhamento do Beira-Mar. Até ao final não houve mais nenhum golo , mas ficou a ideia de que o Benfica poderia ter marcado uma mão cheia deles. Com esta vitória, e com um jogo em atraso, a equipa de Fernando Santos continua na luta pelo título, tendo agora 2 semanas para descansar e recarregar os 'cartuchos' para os importantes confrontos que se avizinham.

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