Thursday, September 28, 2006

Futebol Clube do Porto: 113º aniversário

Parabéns Campeão!

O FC Porto foi fundado, por António Nicolau d'Almeida, a 28 de Setembro de 1893. Nesse dia era feriado e faziam anos o Rei, D. Carlos (30), e a rainha, D. Amélia (28). Inicialmente, o clube teve a designação de Football Club do Porto (por influência inglesa). António Nicolau d'Almeida era um jovem empresário e um ecléctico atleta. Deslocava-se regularmente a Inglaterra em negócios, pois detinha juntamente com o seu pai uma firma exportadora de vinho do Porto. Regressado de uma dessas viagens, tenta introduzir no Velo Club do Porto a nova moda que invadia o território britânico: o futebol. Porém, o Velo Club do Porto rejeitou a ideia porque estava mais interessado no ciclismo. Assim sendo, António Nicolau d'Almeida decidiu, juntamente com amigos da alta sociedade portuense, fundar o Football Club do Porto. Nascia, deste modo, o primeiro dos grandes clubes portugueses. O mundo não foi mais o mesmo....desde o dia 28 de Setembro de 1893!

Champions League: Arsenal 2-0 FC Porto

United Colors of Arsenal

No novíssimo 'Emirates', o FC Porto perdeu por 2-0 em jogo a contar para a Liga Milionária. E foi preciso reunir um Arsenal das Nações Unidas para impor a primeira derrota oficial ao FCP versão 2006/07. O mundo uniu-se para derrotar o Porto, apetece dizer. Senão vejamos: um alemão, um estónio, dois espanhóis, dois marfinenses, dois suiços, seis franceses, dois camaroneses, dois ingleses, um checo, dois suecos, um holandês, um bielorusso, dois brasileiros, um togolês e um dinamarquês! Ufa!...Quinze nacionalidades diferentes. Assim é constituido o plantel mais cosmopolita de Inglaterra. Depois do empate frente ao CSKA, o Porto tinha em Londres uma missão difícil. Ao poderio da equipa dirigida há uma década por Arsène Wenger, junta-se o registo imaculado do Arsenal na Champions League do ano passado. Até à final diante do Barcelona, o Arsenal não perdeu nenhum jogo e sofreu apenas dois golos! O jogo de ontem, foi mais uma mostra de superioridade de uma equipa perfeitamente automatizada. Na frente de ataque, o clube de Londres é, de facto, temível e mostrou excelência a trocar a bola nessa zona do terreno. O FC Porto apresentou novidades no seu onze. Destaque para a inclusão de Ricardo Costa no lado esquerdo da defesa e para a colocação de Cech no meio-campo, ao lado de Lucho e Assunção. Jesualdo pretendia fortalecer a asa esquerda, mas foi por ali que o Arsenal disparou o primeiro tiro do encontro. Eboué subiu pela direita, passou por Cech e cruzou para Henry fazer o golo. O atacante francês beneficiou ainda da marcação imperfeita de Pepe. Isto ao minuto 38. Antes da desfeita britânica, o Porto podia ter marcado aos 15'. Após canto de Anderson, Bruno Alves desviou subtilmente para a baliza de Lehmann e foi Fabregas, junto ao poste, a impedir que a bola entrasse. Na 1ª parte, o Porto defendeu com muitos homens e foi inconsequente nos lances ofensivos. Não estranhou, portanto, que as melhores ocasiões de golo surgissem de bola parada. E se, na 2ª parte, com as entradas de Lisandro e Meireles para os lugares de R.Costa e Postiga, o FC Porto deu mostras de querer discutir o jogo, rapidamente tirou o 'cavalinho da chuva'. Aos 47 min., Gallas subiu no terreno e passou para Henry. Imediatamente, toda a defesa portista se concentrou no avançado gaulês. Foi então que surgiu o solitário Hleb a entrar na área e a fazer golo. A acção de Henry foi decisiva para a vitória do Arsenal. Continuam a ser os franceses a estilhaçar, em parte, as ambições portuguesas na Europa do futebol. O Arsenal pode estar totalmente desfasado do típico futebol britânico, mas conserva a pontualidade dos ilhéus. Marcou em momentos-chave do encontro: pouco antes do intervalo e no início da 2ª parte. Aos 79', Quaresma iniciou uma jogada individual. Passou por Eboué e rematou em arco. Lehmann não segurou à primeira mas emendou depois. No final do jogo ficou um travo na boca de cada portista. Todos viram que o Porto se subordinou ao Arsenal, mesmo antes do jogo começar. As nações uniram-se para nos tramar, mas competia-nos ser menos subservientes na entrega do jogo e da vitória. Faltou audácia, meus senhores! Eu sei que defrontamos uma das melhores equipas do mundo, mas quando o Porto quis ser petulante já Hleb dava a estocada final na esperança azul. E na Segunda-Feira há mais Arsenal....

Wednesday, September 27, 2006

Champions League: Benfica 0-1 Manchester United

60 minutos....

..... de futebol, maioritariamente futebol pressionante. 60 minutos de domínio, de controlo total da partida. 60 minutos de coragem e garra. 60 minutos de Karagounis no jogo (após a sua saída a equipa nunca mais foi a mesma). 60 minutos de Benfica. 60 minutos sem Manchester (falta de ideias, por ser bem pressionado e apenas com Ronaldo em destaque). 60 minutos de "SLB, SLB, Glorioso...." nas bancadas. 60 minutos de esperança na repetição da vitória da época passada. Mas 60 minutos... não chegaram.
Pois é, foi assim a noite do Benfica no Estádio da Luz: "muita parra, pouca uva". Vontade não lhe faltou, faltou sim a concretização... até ao golo de Saha, porque a partir daí os 'encarnados' "morreram". Os primeiros minutos até foram de maior posse de bola dos ingleses, dando o Benfica a entender que iria espera-los no seu meio-campo, entregando-lhes a iniciativa do jogo. Mas foi sol de pouca dura. Rapidamente os homens da casa começaram a pressionar os visitantes bem depois do meio-campo. Estes, pouco evoluídos tecnicamente nos elementos mais recuados, não tinham outra solução que mandar a bola para fora ou recorrer à falta. Karagounis deu o primeiro aviso com um remate que acabou por sair um pouco fraco. O Benfica empolgava-se e controlava a partida. O Manchester só esporadicamente (quando conseguia colocar as bolas em condições nos homens mais avançados) é que passava do centro do terreno, mas daí pouco avançava. Só Ronaldo é que tentava pegar no jogo e levar (em contra-ataque) a equipa para a frente. Foi numa dessas tentativas que acabou por rematar, para Quim defender para a frente, mas Saha não aproveitaria. Ao minuto 26, Nuno Gomes, após uma recuperação de Paulo Jorge (fruto da alta pressão benfiquista), a passe de Karagounis surgiu isolado à entrada da área, mas o remate seria empurrado para canto por Van der Sar. Era o auge do domínio 'encarnado'. O Manchester continuava expectante e o Benfica mostrava muita vontade, mas faltava a capacidade de surpreender, o que acabaria por resultar em poucas oportunidades claras de golo, apesar do ascendente ofensivo. O jogo arrastava-se, os mais de 55 mil benfiquistas puxavam pela equipa, mas até ao intervalo não mais surgiu um lance de perigo. O início da 2º parte continuou a ser dominado pelos 'diabos vermelhos' portugueses, mas já não era tão acentuado quanto o da primeira metade. Falhavam-se mais passes e os lances de ataque eram cortados mais longe da baliza dos ingleses. Estes continuavam a ter em Ronaldo o único caminho válido para a baliza de Quim. E foi mesmo no português mais assobiado da noite que a "morte" benfiquista começou. Petit rematara à baliza, mas num ápice Ronaldo fez chegar a bola a Saha que, aproveitando a passividade de Anderson, fez o único golo do encontro. A Luz gelou. Os ingleses pouco (ou nada) tinham feito para chegar à vantagem, mas, na melhor situação que criaram até então, revelaram-se eficazes, ao contrário do Benfica. Nuno Assis e Miccoli substituiriam Karagounis e Paulo Jorge. A partir deste momento o jogo foi outro. O Benfica já não dominaria a seu belo prazer, e os ingleses acabariam por criar as melhores situações de golo. A grande maioria dos adeptos benfiquistas, mais preocupados em vaiar Ronaldo, pouco mais ajudaram. Assobiar não ajuda, muito pelo contrário, e faltar ao próximo jogo também não. Enfim... Já perto do final, Quim mostrou porque é o melhor jogador do Benfica no momento. Defendeu três remates (dois deles à queima-roupa) resultantes do mesmo livre. Até final, a equipa de Fernando Santos não mais se encontraria e todo o esforço despendido ao longo do jogo (principalmente na 1º parte) acabaria, diga-se, injustamente desvalorizado.
Apesar desta (injusta) derrota nada está perdido, mas há que arrepiar caminho e já na próxima ronda, em Glasgow, pelo menos pontuar. "Glorioso SLB, Glorioso SLB..."!!

Tuesday, September 26, 2006

4ª Jornada da Liga: Paços de Ferreira 1-1 Benfica

"Paços" em falso

O Benfica voltou a fazer marcha-atrás no campeonato esta época e muito por culpa própria. Depois (e mesmo antes) de se ter posto em vantagem, dominou e controlou o jogo durante quase a totalidade dos 90 minutos, mas... faltavam os descontos. E foi aí que cedeu.
Com Miccoli no lugar de Fonseca (a única alteração em relação ao último jogo), a equipa perdeu altura no ataque, mas seria bem compensada com a (grande) mobilidade dos alas e dos médios. Mesmo com um terreno muito pesado, Simão e Paulo jorge (com a ajuda de Léo) deram muito trabalho aos defesas pacences, tendo o extremo ex-Boavista se destacado particularmente. Simão foi o primeiro a disparar contra Peçanha, mas este protegeu-se bem. O Paços de Ferreira apenas assustou Quim quando, numa inesperada bomba a 30 metros da baliza, Elias obrigou o guarda-redes 'encarnado' a uma vistosa defesa. Os gregos Karagounis e Katsouranis bloqueavam bem no meio-campo benfiquista e ainda ajudavam na saída para o ataque. E foi numa dessa fugas que Katsouranis (que veio com rótulo de goleador da Grécia) aproveitou (mais) uma excelente iniciativa do irrequieto Paulo Jorge para inaugurar o marcador. O extremo não gosta de jogar a passo, muito pelo contrário, a maratona parece ser a sua especialidade. Na última vintena de minutos da 1º parte, nada de relevante se passou, apesar dos 'encarnados' não terem deixado de ameaçar os homens da casa. No reinício da partida, Miccoli podia ter dado outro rumo ao encontro, mas a baliza de Peçanha pareceu pequena demais para ele. A equipa da capital do móvel transpirava pouca inspiração e era bem anulada pela defesa benfiquista. Aos 53 min., Léo viu-lhe ser marcada uma falta por (pretenso) empurrão e de imediato foi pedir explicações ao árbitro auxiliar, que de seguida fez sinal ao principal para este admoestrar o lateral. O brasileiro decidiu que era altura para uma ovação ao árbitro. Este ("reconhecendo" humildemente que nunca a merecerá...) repetiu o gesto e mandou-o para os balneários, obrigando-o a permanecer no sofá (oriundo de Paços de Ferreira?) na próxima jornada. Miguelito viria a 'sacrificar' Manú, que havia entrado na 1º parte para substituir o lesionado Nuno Assis. A partir deste momento, o Paços veio para a frente, mas o "chuveirinho" era o método escolhido, ou melhor, era o único permitido pelos 'encarnados'. Mas com os inconsequentes ataques pacences, a vitória do Benfica parecia cada vez mais certa e, diga-se, justamente. A confiança no triunfo aumentou ainda aquando da expulsão de um defesa da equipa da casa. Luiz Carlos (inspirado pelo acto do seu parceiro Ronny na jornada passada) talvez tenha sofrido uma compensação (por causa da expulsão de Léo) da parte do árbitro, quando cortou um lance de contra-ataque com o braço. Dez contra dez. Nos últimos 15 minutos, o Benfica desperdiçou duas excelentes ocasiões para acabar com a partida. Primeiro Luisão, depois Katsouranis, acertaram no mesmo poste. Duas falhas no ataque que deram uma réstia de esperança aos pacences na busca do empate. Os 90 minutos tinham terminado, mas (como é normal) haviam mais uns poucos de compensação. E no primeiro desses minutos, mais uma falha... desta vez na defesa. Anderson deixou João Paulo antecipar-se e fazer o golo do empate. Um golo permissivo, mas ao mesmo tempo injusto para o Benfica e... para o Paços de Ferreira que pouco fez para o merecer. Os ‘encarnados’ desperdiçam inúmeras changes para alargar a vantagem e dominaram o jogo, mas pecaram num momento que acabou por ser decisivo, dando mais um passo atrás quando podia ter andado para a frente.
Agora vem aí o Manchester, mas sinceramente: é o melhor adversário que podia vir nesta altura...

Sunday, September 24, 2006

4ª Jornada da Liga: FC Porto 3-0 Beira-Mar

Música, Maestro!

Foi numa sexta-feira às 19h15m (!) que o FC Porto recebeu e venceu o Beira-Mar por três a zero, num 'Dragão' com 31423 espectadores. Depois de se ter refrescado no mar da Figueira da Foz, o Porto continuou à descoberta da orla marítima futebolística. Num país à beira-mar plantado, o Beira-Mar plantou o país na expectativa. Conseguiria o Porto a 4ª vitória consecutiva para o campeonato? Iria Jardel marcar um golo? Estalaria neste jogo a crise que muitos pomposamente anunciavam depois da desistência de Adriaanse? Pois bem, o Beira-Mar encarregou-se de deixar, na 1ª parte, todas as perguntas sem resposta. Um pouco de suspense também nunca fez mal a ninguém. A cada lance, os corações azuis palpitavam por um golo, mas a bola não obedecia às preces dos invictos. Todavia, cada vez que nos tentam asfixiar pelo passar do tempo, invocamos a Dona Esperança. Portista desde pequenina e com influência naquele enorme Big Ben londrino que controla o tempo do Mundo. Contudo, a melhor ocasião de golo da 1ª parte pertenceu ao Beira-Mar. Aos 18 min., o clube de Aveiro foi pela 1ª vez à baliza de Helton. Tininho foi mais rápido que Bosingwa e Ratinho rematou para o guarda-redes brasileiro do Porto defender espectacularmente. Mas seria isto uma ameaça do Beira-Mar? Bem, como diria o outro, se foi uma ameaça, os aveirenses não sabiam com quem se estavam a meter. O intervalo chegou com um nulo no marcador. Quem estava satisfeito? Porto ou Beira-Mar? Se o objectivo do Porto era marcar cedo para depois gerir o resultado e o esforço, então a missão falhou. Se, por outro lado, pretendia esconder o seu jogo e Anderson dos espiões ingleses, então a estratégia triunfou em pleno. É sabido por todos que depois do intervalo os espiões ingleses ou vão embora porque não conseguem aturar futebol defensivo e chato, ou então perdem-se irremediavelmente com um Porto líquido. Consciente desta situação, Jesualdo Ferreira tirou o devido proveito da mesma. Pela entrada de Anderson ao intervalo, juntamente com Lisandro, percebe-se que Jesualdo seguiu à risca o plano B. Despachado o britânico, era hora (a Dona Esperança raramente falha) da música ecoar pelo 'Dragão'. Anderson foi o maestro (onde é que eu já ouvi isto?) de serviço. A 2ª parte deste jogo foi uma viagem maravilhosa por ritmos e coreografias surpreendentes. Notas de música invadiram o relvado e toda a tribo do futebol dançou entusiasticamente. Sinfonias viciantes eram concretizadas sem recurso a pauta. Mesmo o referido maestro Anderson dispensava a batuta. Para quê batuta se a divagação experimental estava a sair tão bem. E que bem que continuou. O pico de sublimação aconteceu ao minuto 54. Hélder Postiga, após passe de Assunção, no meio de três adversários, rodou sobre eles e disparou com o pé esquerdo para o fundo da baliza aveirense. Terminou o jejum de um ano e 137 dias sem marcar! As bancadas uniam-se aos jogadores numa corrente de energia ímpar. Execuções perfeitas de Anderson e Quaresma deliciavam uma plateia sequiosa. A arte futebolística atingia o seu esplendor. Artistas com a bola nos pés são garantia de satisfação da alma. E Anderson não parava. Toque para aqui, toque para ali, numa sincronia de pés perfeita. Tal como não parava a vontade de marcar mais. Saciem-se os desejos, então. Ou melhor, Lisandro que o satisfaça por nós. Aos 75', o argentino escapou-se velozmente mas quando parecia ter perdido para Alcaraz, tocou a bola num passo de tango e fê-la entrar deliciosamente pachorrenta na baliza de Danrlei. Não são necessárias repetições em câmara lenta para a dança argentina. O minuto 78 é só de Mário Jardel. Ele não voou sobre os centrais, mas o seu passado deu-nos asas para respeitarmos eternamente o Senhor Golo. Saiu Jardel mas o espectáculo tinha de continuar. E foi mesmo sobre o último sopro do trompetista-mor que Tarik concluiu da melhor maneira o concerto. Após combinação com Lisandro, Tarik ficou na cara de Danrlei e só teve de escolher o lado para marcar. O entretenimento ficou por ali, embora prometesse mais se continuasse. Mais acordes de magia, mais danças de pés velozes e mais prenúncios de golos sem censura imaginativa. Porque alguma da mais bela música faz-se sem instrumentos.

Wednesday, September 20, 2006

3ª Jornada da Liga: Naval 0-2 FC Porto

Laranja Real

O FC Porto venceu a Naval 1º de Maio por dois golos sem resposta. Nesta partida, o Porto estreou oficialmente a sua indumentária alternativa. Apesar de persistir um certo daltonismo em alguns, o laranja é efectivamente usurpado ao fruto. Foi, portanto, com um laranja real que o Porto jogou no Estádio José Bento Pessoa na Figueira da Foz. Laranja que substituiu o não menos Real azul «à Porto». Na verdade, o FCP adoptou a cor azul como homenagem à Monarquia, devido à relação de amizade entre o fundador do clube, António Nicolau d'Almeida, e o Rei D. Carlos. Estilismo e História à parte, o FC Porto apresentou, no Domingo, uma óptima organização colectiva. Destaque para a entrada no onze de Postiga e Cech. O clube da Invicta controlou o jogo a seu bel-prazer. A Naval, até então em igualdade pontual com o adversário, limitou-se a jogar aquilo que o Porto deixou. Os homens de sangue azul marcaram cedo, logo aos 10 minutos de jogo. Quaresma ganhou a bola a Mário Sérgio, ultrapassou dois adversários e passou a bola para Cech. O eslovaco recebeu o esférico, preparou o remate e fez balançar as redes da baliza de Taborda, para gáudio da 'torcida' do Porto. O 2º golo do FCP é precedido de duas excelentes intervenções de Helton. Foi o 'goleiro' canarinho a iniciar o contra-ataque que resultou no dilatar da vantagem portista. Bosingwa recebeu a bola, deixou para trás China e cruzou para Mário Sérgio fazer....auto-golo. Depois de ter sido guiado por uma estrela na Luz, o Clube de Regatas do Norte chegou ao seu Porto com a preciosa ajuda do marujo figueirense. Azar para Mário Sérgio e para os homens da Figueira, que fizeram um jogo esforçado. A Naval 1º de Maio trabalhou para merecer o feriado que ostenta no nome, mas encontrou pela frente uma equipa mais forte. O jogo foi eficientemente gerido pelo Campeão Nacional. No final da partida, por entre as brumas da Figueira da Foz, surgiu o líder absoluto (melhor defesa e ataque) de uma nação. Abram alas súbditos, está aí o Futebol Clube do Porto, el-Rei de Portugal, despido de companhia e magnificência. Bradem aos céus a imoralidade: " O Rei vai no.........................1º lugar!" Longa vida ao Rei!

Monday, September 18, 2006

3ª Jornada da Liga: Benfica 1-0 Nacional

Mandar em casa

O Benfica conseguiu o primeiro triunfo na Liga no seu primeiro jogo (que deveria ser o segundo) no Estádio da Luz. Uma vitória sofrida, mas perfeitamente merecida. O ataque 'encarnado' voltou a revelar-se (mais uma vez) perdulário, tendo falhado inúmeras oportunidades de alargar a vantagem. O Nacional ainda ameaçou Quim.
Depois das fracas exibições frente a Boavista e FC Copenhaga, ao Benfica convinha... jogar futebol e ganhar, claro. E o que é certo é que conseguiu, embora não o tenha feito de uma forma brilhante. Com quatro perdas no último jogo no Bessa (Manú, Petit e Nuno Gomes castigados e Rui Costa lesionado), Fernando Santos mexeu obrigatoriamente na equipa, formando mesmo um onze inédito. Simão estreou-se nesta edição da Liga, 'Kikin' Fonseca a titular e Karagounis "voltou" ao Benfica. Como era esperado, os 'encarnados' começaram o jogo ao ataque, tendo em Simão (em claro crescendo de forma) o 'motor' da equipa. O capitão só não marcou aos 18 minutos, porque levantou demasiado a bola já dentro da área depois de um cruzamento de Alcides. Numa altura em que a defesa do Benfica chegava e sobrava para o (inexistente) ataque madeirense, uma sequência de cantos acabaria por resultar no primeiro e único golo do jogo. Simão foi o assistente de serviço e Luisão o marcador. Estava feito o 1-0 e tudo levava a pensar que não ficaria por aqui o marcador. Mas o placar não voltaria a mudar. O Nacional teve a sua melhor oportunidade aos 35 min. quando Alonso, de fora de área, acertou no poste da baliza de Quim. Só desta maneira é que os "alvi-negros" criavam perigo. O intervalo não chegaria sem Katsouranis desperdiçar mais um ocasição de golo, cabeceando por alto uma bola cruzada (mais uma vez) por Simão. Para a 2º parte o Benfica entraria recarregado, embora nenhuma das munições viria a atingir o alvo. Aos 57 min., o Nacional sofreu um golpe nas esperanças de empatar a partida, quando Cléber (talvez inspirado pela mão que na véspera deu a vitória aos pacenses ali bem perto) foi expulso por jogar com o braço. Ora, a partir daqui o Benfica dominou por completo o Nacional, tendo mesmo massacrado os madeirenses durante largos minutos. Léo, como é habito seu, fazia o corredor esquerdo todo, mesmo tendo pela frente Simão e, por vezes, Paulo Jorge. E foi numa dessas investidas que o defesa-esquerdo assistiu na perfeição o capitão 'encarnado' para este (mais uma vez) desperdiçar novo disparo. Katsouranis destruia qualquer ameaça "alvi-negra" e Nuno Assis percorria, incansavelmente, todo o terreno. Quim protegeu bem a sua 'casa', até mesmo aquando duma 'bomba' de Bruno Amaro na sequência de um livre. Aos 83, 87 e 90 minutos, o Benfica desperdiçaria os últimos cartuchos sem que nenhum destes fizesse estragos no adversário.
Os três pontos estavam (há muito) assegurados e os sorrisos (embora não chegassem de orelha a orelha) também. A 'Catedral' mantém-se (para já) inatingível esta época e esperemos que continue assim na próxima quarta-feira, na recepção aos "red devils" de Inglaterra, o Manchester United. Mas antes (sexta-feira) ainda há uma (teoricamente difícil) visita a Paços de Ferreira. Para ganhar, claro.

Thursday, September 14, 2006

Champions League: FC Copenhaga 0-0 Benfica

O xadrez de... Copenhaga

Calculista. Paciente. Lento, demasiado lento e sem grandes riscos. Este foi o jogo que o Benfica fez em Copenhaga, ou melhor, escolheu fazer. Bem à imagem de um confronto de... xadrez, mas sem alternancia de iniciativa. Se bem que este famoso jogo de tabuleiro ainda consegue ter momentos de maior emoção (e em menos tempo) ...
Depois da (pesada) derrota contra o(s) (a)xadrez(ados) do Bessa, os 'encarnados', apesar de ter jogado um pouco melhor, parecem ainda não terem ultrapassado tal desaire. Fernando Santos, um 'jogador' que pouco arrisca, mudou algumas das 'peças' (Alcides, Ricardo Rocha, Nuno Assis e Paulo Jorge entraram de início) e contou (pela primeira vez esta temporada) com a "Dama" (peça mais valiosa no xadrez) do plantel: Simão Sabrosa. Depois de gorada a mudança para Valência e debelada uma lesão antiga, o capitão benfiquista entrou, finalmente, no "tabuleiro" de Fernando Santos. Mas não foi um regresso tão brilhante quanto aquilo que já nos habituou mas, mesmo assim, cotou-se como um dos mais activos. Desde o início do confronto que se percebeu que o Benfica pouco iria arriscar e pouco pretendia avançar no tabuleiro (leia-se, relvado). O Copenhaga também não o 'espicaçou', o que fez que, em certos períodos, o jogo provocasse um certo bocejo a quem assistia e, passo o exagero, aos próprios jogadores(digno das piores partidas de xadrez). Os dinamarqueses, talvez por estarem equipados de branco (no xadrez, as peças brancas iniciam obrigatoriamente a partida), entraram motivados e dominaram os primeiros minutos. A equipa 'encarnada', ao longo da 1º parte, parecia demasiado fria, apática e tímida. As 'peças' mais recuadas eram as que mais intervinham. Nesta partida, ao contrário do que acontecera no Bessa, mantiveram-se sempre seguras e com um bom entendimento. O Copenhaga não conseguiu entrar muitas vezes na área encarnada e só fora desta é que criou perigo. Simão bem que podia ter chegado ao outro lado do 'tabuleiro' com êxito, mas o auxiliar fez-o recuar, anulando (mal) a jogada por pretenso adiantamento. Antes do (desejado) intervalo, destaque para a saída (por lesão) de Gronkjaer, numa jogada em que esteve perto de facturar. Finalmente o descanso! Não que a partida tivesse agitada ao ponto de ter esgotado os jogadores ou, quem sabe, cansado a vista de quem assistia, mas porque o Benfica precisava de uma pausa... para acordar de vez! Faltavam ideias e, sobretudo, atrevimento. E foi isso que aconteceu. Mas em quantidades reduzidas. Na 2º parte inverteram-se as posições e foram os 'encarnados' a pegarem mais no jogo. O Copenhaga já só mexia as 'peças' com cuidado redobrado e só em contra-ataque chegava à area contrária. E foi assim a 2º parte. Muita luta, mas sem resultado prático. Aos 75 min. surgiu a verdadeira oportunidade do "Xeque-Mate" benfiquista. Paulo Jorge depois de receber a bola, baralhou dois adversários e, à entrada da área, acertou no poste. Nada feito. O Benfica não fez por merecer a vitória e, na única vez que a tentou, não teve sorte. A única sorte do Benfica foi não ter à sua frente um "Kasparov" do futebol. Até ao final conseguiu ter sempre maior posse de bola... na defesa. Nada a fazer. O empate era consolador para o lado 'encarnado'. E foi isso que conseguiram (porque o quiseram).
Resta agora esperar pelos próximos desafios para sabermos se o Benfica conquistou em Copenhaga um ponto, ou perdeu dois.
Agora, venha o Manchester...

Champions League: FC Porto 0-0 CSKA Moscovo

Roleta russa

No jogo de estreia na Liga dos Campeões 2006/07, o FC Porto empatou a zero com os russos do CSKA. Rússia lembra automaticamente montanha e roleta. Ora, como não gosto da adrenalina da montanha russa, abstenho-me de entrar por aí. E como roleta e futebol são jogos (La Palisse não diria melhor) vou por aqui, então. Dentro do enorme casino que é a Liga dos Campeões, coube ao Porto jogar no seu próprio salão diante do CSKA de Moscovo. Ambas as equipas conheceram-se faz hoje dois anos e o resultado foi um nulo, com a divisão do prémio pelas duas partes. Ontem, facilmente se descortinou que o vício dos russos em defender se manteve desde o último confronto. Isto, apesar das palavras de Gazzaev, na conferência de imprensa antes do jogo, indicarem o contrário. O treinador do CSKA revelou que o seu clube suspendeu a sua matrícula nos 'Defensores Anónimos' (apesar de todos os conhecerem). Porém, duvido que haja terapia capaz de quebrar o defeito moscovita. O jogo de ontem foi em tudo semelhante ao de há dois anos: estreia na 'Champions', mesmo estádio, mesmo adversário, mesmo resultado e mesmo domínio do FCP. Os militares de Moscovo, que nas folgas vão tentando ganhar uns 'cobres' no jogo, limitaram-se a suster os ataques do artilheiro Adriano e companhia. A 1ª parte do jogo, correspondeu ao melhor momento do Porto. Aos 9 min., Assunção lançou Quaresma na direita, o extremo cruzou tenso para a pequena área onde apareceu somente um defesa russo a desviar para canto. O grande momento do jogo estava reservado para o minuto 15. Anderson recebeu a bola, aguentou a pressão de Rahimic, ganhou espaço e rematou, com estrondo, ao poste da baliza de Akinfeev. Trabalho estupendo do génio brasileiro que merecia melhor sorte. Aos 23', Anderson, de novo, ganhou a bola a meio-campo, ultrapassou três adversários, foi até à linha de fundo e cruzou sem que alguém emendasse. Os lances seguintes resumem a infelicidade de Adriano. Aos 24', 26' e 34', o avançado brasileiro teve três balas no tambor do seu revólver mas quando premiu o gatilho nenhuma deu golo. Adriano com azar na verdadeira roleta russa. Veio o intervalo. Tempo para adoptar novas estratégias e para uma boa hidratação com uns goles de.... vodka. Na 2ª parte, Jesualdo tentou a sua sorte no jogo. Para isso, inseriu três novas moedas na ranhura da máquina portista. Primeiro, fez entrar Postiga para o lugar de Tarik. Este, pareceu estar totalmente ausente do jogo (será que o negócio dos tapetes vai mal?). Mais tarde, entraram Alan e Lisandro para os lugares de Quaresma e Adriano, respectivamente. Aos 64', Anderson (quem mais?) rematou a cerca de 20 metros da baliza e Akinfeev defendeu a dois tempos. Akinfeev guardou excelentemente as costas dos seus defesas. Ezequias, ao minuto 81, cruzou para área onde surgiu Lisandro a fazer um primeiro desvio. Lucho desvia de seguida mas a bola encontra Akinfeev e não as redes da baliza. Nos descontos, derradeira oportunidade para Lisandro. Após um remate mal sucedido de Postiga, a bola sobra para o argentino que dispara contra o corpo de Akinfeev. Neste jogo de azar, Anderson foi o que esteve mais próximo de tirar um prémio. Ficou bastante próximo dos 600 mil euros ou 20 402 682 rublos russos. Mas o que os russos gostam mesmo é de dividir o prémio. Os homens do CSKA são tão simpáticos que duvido que alguma comissão fiscalizadora de jogos reprovasse o seu comportamento anti-jogo em alguns momentos. Na Rússia, talvez ajustemos contas como há....dois anos. Até porque em cirílico nos entendemos: конец игры.

Tuesday, September 12, 2006

2ª Jornada da Liga: Estrela 0-3 FC Porto

Boa vista

Numa jornada em que o galo de Barcelos ficou com um olho à Belenenses, o Estrela da Amadora perdeu com o FC Porto por 3-0. E já não há Estrelas no céu da Amadora. Em busca de uma adequada iluminação, face à extinção do brilho da Reboleira, o Estrela solicitou ao Benfica o empréstimo do campo mais bem iluminado do mundo. Fez-se Luz, então. O FCP habituado aos ares de vitória (sim, podem confundir com o milhafre homónimo) não estranhou a mudança de estádio. Porém, os olhos dos jogadores bem tentavam alcançar um pedacinho de um 7º ou 8º andar de um prédio de betão, armado em mirone da bola. Em vez disso, encontraram um 3º anel guardado para núpcias futuras. A Central Eléctrica da 2ª Circular, mesmo carente de lampiões, esteve suficientemente iluminada para receber o campeão nacional. No decorrer da partida, parecia que o ar continha na sua composição 3 vezes mais oxigénio que o normal para ser inspirado. Alguém mal intencionado certamente diria que era um favor previamente encomendado para fortalecer especificamente os nortenhos. Jesualdo acreditou no sistema 4x3x3 como se fosse um devoto do iluminismo e a Catedral funcionasse como inspiração sobrenatural para a sua equipa. Na primeira parte, apesar do nulo, o FCP foi sempre superior e só por mera infelicidade não chegou às cabinas em vantagem. Aos 19 minutos de jogo, Adriano diligentemente resgatou a bola a Wescley ( jogaria de olhos vendados?), colocou para Anderson e o jovem prodígio com o pé direito rematou ao poste da baliza de Paulo Lopes, que se fiou no golpe de vista e também na Virgem dos ressaltos de bola. Aos 44 min., Lisandro assistiu Lucho e este efectuou um remate fraco e fácil para o guardião amadorense. O Estrela assemelhava-se a uma lâmpada prestes a fundir. Na 2ª parte, o FCP viu satisfeito o religioso pedido de ser conduzido por uma estrelinha de campeão. Assim sendo, aos 55 min., Rui Duarte ficou encandeado com o brilho das chuteiras de Postiga (que as poliu durante aproximadamente um ano) e com uma visão em túnel endereçou a bola para o único ponto luminoso que descortinou: a sua própria baliza. Os amadorenses não conseguiam enxergar Helton, nem que nas bancadas atrás da baliza do brasileiro estivessem milhares de lampiões acesos a iluminar a dita. Aos 72 min., Anderson efectuou um passe longo que encontrou a cabeça de Lucho e este de primeira endossou para Adriano desperdiçar. Aos 82 min., enorme clarão na baliza de Paulo Lopes. Golaço de Raul Meireles! Ele, que usa lentes Essilor Varilux, conseguiu colocar a bola no único sítio onde a mesma podia entrar (baliza Norte do Lux Stadium). Aos 88min., Anderson apareceu isolado e ofereceu o golo a Lucho. De facto, o FCP tem um meio-campo de Lucho! Com o apagar das luzes, o Porto colocou-se em 1º lugar e, por consequência, os opositores olham para cima na tabela classificativa. Do alto, já conseguirão os azuis e brancos ter o título à vista? Com certeza que não, devido ao intenso nevoeiro que assola o futebol português e principalmente pelos valorosos adversários. Certo, é que candeia que vai à frente alumia duas vezes (também podia alumiar três vezes, mas duas é aceitável). Concluindo, felizes os que têm uma boa vista como jesualdo (alternância 4x3x3/4x4x2) e infelizes os que têm de colar o seu nariz à cara de um árbitro para o ver. Votos de melhoras oftalmológicas.

Monday, September 11, 2006

2ª Jornada da Liga: Boavista 3-0 Benfica

Lição prática

Quem diria que esta 'turma' do Benfica foi a mesma que, à duas semanas, tanto protestou por não poder participar na 1º aula do novo 'ano lectivo'? Falta de imaginação, falta de acerto, falta de ritmo, falta de garra, falta de estudo, enfim.... Talvez o longo tempo sem praticar a que foi obrigado, seja um dos responsáveis por esta (humilhante) 'negativa' (leia-se derrota), mas não explica tudo. Devido ao castigo ao ex-boavisteiro Paulo Jorge e à (demorada) lesão de Simão (tanta falta que faz!), Miguelito apresentou-se oficialmente, mas por pouco tempo e sem brilho.
Apesar disso, a 1º parte até foi equilibrada, mas, com a lição melhor estudada, os 'alunos' da casa espreitaram o golo por mais vezes, contrariando a (inconsequente) maior posse de bola 'encarnada'. A defesa mostrava-se insegura e pouco eficaz, mesmo contando com a dupla de 'carteira' mais rodada dos últimos tempos (Luisão e Anderson) e com as habituais 'saídas de lugar' dos laterais Léo e Nélson. No meio-campo, Petit, como sempre, era o mais empenhado, enquanto que Katsouranis viu-se 'grego' para entrar no jogo. O irrequieto Manú bem tentava levar a equipa para a frente, mas reprovou no teste, como a maioria da 'turma'. Tal como Rui Costa e Nuno Gomes que pouco acertaram na 'escolha múltipla'. E foi a cerca de 10 minutos para o toque do intervalo, que o excelente aluno Linz mostrou porque o Boavista o foi buscar à escola austríaca e a defesa 'encarnada' provou o porquê da 'falta de presença'. Apesar das facilidades, um grande golo sem dúvida! Com o "prim-prim" do árbitro, veio a pausa, mas só os "axadrezados" vieram com a matéria relida depois desta. Com poucos minutos na 2º parte, Ricardo Silva bem fez por merecer a 'falta disciplinar', mas o 'professor' preferiu dar-lhe uma segunda change. Quem não teve perdão foi Nuno Gomes que foi mandado para fora da 'sala'. A partir daí, a 'aula' acabara para os da Luz, mas os boavisteiros ainda queriam subir mais a média. E não fizeram por menos. Linz, novamente, aproveitou uma excelente jogada do polaco Grzelak e 'copiou' o que havia feito na 1ºparte. Novo grande golo. Grande jogada! Nota 20 para o austríaco. Mas enquanto não ouviram o apito final, não descansaram. O outro polaco da 'turma', Kazmierczak, resolveu "abrir o livro". Com um remate perfeito, conseguiu fazer um 'chapéu' ao adiantado Quim (o melhor aluno dos 'encarnados'). Cheirava a goleada...... O público pedia mais um, o 'professor' foi na 'onda da festa' e resolveu expulsar mais um da 'aula'. Manú foi o (provavelmente injusto) castigado. Petit (o então responsável pela 'turma') não estava a perceber a 'lição' e foi pedir explicações ao "prof.". Por mais razão que tivesse, os modos com que o fez não se admitem a um 'aluno' de uma das melhores 'turmas' do país. Foi excluido, levando consigo uma nota para os 'encarregados' da Liga lhe indicarem o número de 'aulas' que será suspenso. Até ao fim, nada se alterou e o Benfica saiu com uma negativa das grandes. Só Quim e Petit (antes da expulsão) mereceram um 'suficiente menos'.
Mau "regresso às aulas"......

Saturday, September 09, 2006

Futebol: Quo vadis?

A questão é obrigatória: "Para onde caminha o futebol?". Se este desporto fosse jogado com uma bola de cristal, eu diria que a resposta estava na ponta do pé. Mas não é. A protagonista deste jogo é feita de borracha e couro. Apesar da resistência dos materiais que a compõem, a bola de futebol desgasta-se e rompe-se. Poderá acontecer o mesmo ao futebol? Este jogo foi uma das maiores invenções da Humanidade. Da Europa à África, das Américas à Ásia, passando pela Oceânia, o Mundo é uma autêntica bola de futebol. Não é estranho, portanto, que tantas pessoas sejam atingidas pelo seu Cupido. Foi ainda muito jovem que eu ouvi o seu chamamento: "Ei, falta-nos um. Queres jogar?". Aceitei. Pudesse eu ter parado o mundo e ficaria eternamente ali. Mas não pude e o tempo passou invariavelmente. Agora, ouço tocar o despertador memorial e ecoa em mim a nostalgia. Saudades do que fui 'ontem' e saudades dos que foram miúdos comigo. Encontrávamos no futebol uma razão para saltarmos da cama para ir à escola. Sabíamos que o campo de futebol esperava por alguém que o acordasse e o enchesse de vida. Ficávamos no campo a cumprir a missão dos aspirantes a futebolistas, enquanto a maioria já estava nas salas. As aulas não eram mais do que o intervalo do nosso jogo. Rendíamo-nos por instantes disciplinares, deixando o campo com promessas de um «até já». Entrávamos, na sala, atrasados, esbaforidos e suados. Após o toque de saída, corríamos como desalmados pelos corredores para garantirmos lugar no campo. Na ausência da bola, improvisávamos latas e garrafas, só para matar o 'bichinho'. Tínhamos os ídolos colados na parede do quarto e ficávamos fulos ao olhar para os espaços em branco das cadernetas de cromos da bola. Pior só os montes de caras repetidas para troca. Fazíamos o TPC em contra-relógio porque havia jogo marcado na rua. Muitas vezes, nem o TPC fazíamos porque deveres mais importantes se sobrepunham. Regulamentávamos o "muda aos 5, acaba aos 10", "há guarda-redes avançado", "não valem estouros" e "valem tabelinhas". Entretínhamo-nos no 2 contra 2 com balizas do tamanho de um passo, em meiinhos, em concursos de toques sem deixar cair a bola. Jogávamos ao 'bota fora' e, em número ímpar, recorríamos ao 'vira para trás' (vulgo 'baralhinho' ou 'Portugal-Espanha'). Testávamos a perícia e a pontaria na 'paredinha'. Soltávamos um «ai» quando a bola caía num jardim ou quintal próximo. Com azar, ouvíamos um raspanete de um velhote com promessas de queixa aos pais e ameaças de corte de bola. Com azar duplo, víamos tudo repetir-se, excepto a ameaça de corte de bola que, infelizmente, se consumava. Nunca percebíamos se os velhotes tinham inveja da nossa juventude ou se não gostavam mesmo de futebol. Matávamos a fome de um lanche com uma bola de...Berlim numa mão e a de futebol no pé. Quando ouvíamos as mães chamando ao longe, recorríamos ao "quem marcar ganha", como se, até ali, o jogo fosse um simples treino e entrássemos na finalíssima que iria ser decidida com golo de ouro. Éramos os donos das ruas, treinando para amar convincentemente o jogo. Num estádio à pinha, aguentávamos as quentes tardes de Verão ou as abundantes lágrimas dos deuses com a mesma determinação e paixão. Víamos tochas e bandeiras a colorir o amor comum. Observávamos os velhotes no estádio com o rádio colado no ouvido para saberem o resultado dos rivais, pois jogavam todos à mesma hora. Vivíamos dilemas: ou estreávamos a roupa e sapatilhas novas na peladinha e divertíamo-nos ou poupávamos os acessórios e o latim dos pais. Tratávamo-nos pelo nome dos ídolos, pois assim sentíamo-nos como os verdadeiros e apelávamos ao poder da transcendência. Escutavámos estas 'coisas', quando os tipos da televisão comentavam a vitória dos fracos sobre os fortes. Só víamos semanalmente um jogo do campeonato e das competições europeias na TV. Esta, só interessava para assistir ao futebol, ao capitão Tsubasa e pouco mais. Adormecíamos na esperança de acordarmos jogadores do clube do nosso coração.Hoje, somos apenas uma recordação. Não vejo mais bandos de miúdos nas ruas correndo atrás de uma bola dizendo que são o Figo, o Pauleta ou o Ronaldo. Os miúdos não ocupam os místicos lugares que convertíamos em campos. Deixam que o alcatrão, os carros e os prédios vençam o campeonato das vontades. Não há mais gente em transacções de cromos ou abrindo saquinhos novos em busca da tal raridade que falta para fechar a colecção. Garotada em êxtase pelos jogos de computador sobre o desporto-rei. Mas será isso amar o futebol? Considero felizes aqueles que nunca precisaram de simular jogos de futebol, num PC ou numa consola, para sentirem o prazer deste jogo. Neste futebol contemporâneo, falta alegria, paixão, pureza....no campo e na bancada. Falta a chama ardente que catapulta os seres humanos para o Olímpo.Vejo estádios novos, outros remodelados, em sítios lindos, com acessos lindos, mas com cadeiras vazias. Chegou-se ao cúmulo de colocar cadeiras coloridas para suprir a falta de gente. Mas estes arquitectos, estes construtores,estes dirigentes, estes (ir)responsáveis que se abraçam de cumplicidade querem gente nos estádios ou querem bilhetes caros e cadeiras lindas a enfeitá-los nos jogos? Para completar a paisagem, só mesmo assistindo no sofá, numa segunda-feira à noite, em sistema «pay-per-view» a tais encantos decorativos! Fomenta-se o futebol-cinema, com argumentistas, realizadores e actores a comporem o filme do nosso jogo,enquanto nos reservam o milho. As pipocas são uma bela metáfora do desejo dos patrões do futebol: "Comam e calem!". Fruto deste novo conceito, mistura-se a realidade com a ficção. Futebolistas que simulam como o melhor dos vilões, irredutíveis defensores que resistem pelo anti-jogo, quais Asterix e Obelix inspiradores, e jogadores 'frágeis' que necessitam de um "Serviço de Urgência" a todo o tempo. Com tão deprimente argumento, como pode esta película de 90min. não terminar num bocejo? Este é o futebol onde o emblema é secundário no equipamento e onde ter múltiplas referências publicitárias no mesmo é tão natural como a sua sede de Coca-Cola a 3 euros (mais saborosa, presumo). Este é o futebol das estrelas cadentes que brilham a vender isto e aquilo. Este é o futebol onde se calam os hinos dos clubes a favor dos 'hits' musicais do momento. Este é o futebol moderno que se alonga numa interminável desilusão que eu não quero mais saber. Mas o que se passará com os chefes da bola? Será que se esqueceram do seu tempo de miúdos? Tempo em que eram, tal como nós, os donos do mundo depois de o meterem numa baliza e gritarem «GOLO!».

Friday, September 08, 2006

Inocente ou culpado? - Parte II

Sim, admito que não devia ter intitulado esta crónica com uma interrogação, mas sim com a afirmação: "Inocente!". Mas à falta de provas, arquivo essa hipótese.
Esta foi a conclusão que chegou o Ministério Público de Gaia em relação ao processo no âmbito do 'Apito Dourado(?)' e que envolvia, entre outros, Pinto da Costa. Mais uma vez, o presidente portista viu-lhe ser arquivada outra acusação por (mais um) crime de corrupção desportiva. Afinal, parece que nada de anormal se passou antes, durante e depois de um Beira Mar-Porto de 2004. Na altura, Pinto da Costa convidou, o então nomeado para esse jogo, Augusto Duarte para um cafézinho na sua própria casa (como era normal fazê-lo?). O próprio admitiria o encontro e acabaria por revelar que, durante o mesmo, ambos conversaram sobre "nada". Normalissímo, tendo em conta que ninguém (normal) consegue beber café (com ou sem leite) e falar ao mesmo tempo...
O tal jogo entre aveirenses e portistas foi analisado por três ex-árbitros (a pedido do MP). Os próprios (também) chegaram à conclusão de que Augusto Duarte não influenciou o resultado final. Tendo cometido quatro erros, três a favor do Porto. Portanto, nada de anormal.... Já depois do desafio, Pinto da Costa analisou (naturalmente) a actuação de Duarte. "Não esteve mal, mas não deu...cheirinho nenhum, nada!" rematou. Para depois concluir: "Só nos deixou passar uns livres,o gajo...". Curiosamente, a Augusto Duarte também lhe havia sido arquivada uma acusação de corrupção num Nacional-Benfica. Supostamente este terá sido pressionado por elementos ligados ao.... Porto para prejudicar os 'encarnados'.
Pinto da Costa, mais conhecido entre o 'meio' (incluindo o árbitro) por "engenheiro máximo" ou "gerente de caixa", vê-se assim ilibado destas 'não-provas' e, pela segunda vez, sai a rir-se de um processo, depois de à uns meses ter-lhe sido (naturalmente) arquivada outra acusação que envolvia 'fruta' e 'café com leite'. Novamente por falta de provas, esse caso foi também deitado para trás das costas, apesar do árbitro envolvido no processo (Jacinto Paixão) ter confessado tudo..... naturalmente não chegou.....
Tudo isto anda a passar ao lado de uma forma (a)normal.... As atenções estão, no momento, viradas para o 'Caso Mateus' e prometem continuar para aí viradas já que Pinto da Costa tem mais três acusações para serem arquivadas: duas por tráfico de influências e uma por falsificação de documentos referentes à classificação dos árbitros....
Inocente ou.... inocente?

Wednesday, September 06, 2006

Inocente ou culpado? - Parte I

Bem, apontar os inocentes ou culpados no já tão falado 'Caso Mateus' aparenta ser (à primeira vista) difícil (porque assim o tornaram), mas uma coisa é certa: o Benfica (que não tinha rigorosamente nada a haver com o assunto) acabou também ele por sair afectado por este imbróglio todo. Tudo porque a justiça portuguesa comprovou, mais uma vez, funcionar em 'slow motion', confirmando-se como a culpada por tal lentidão. Certo e irónico (ou não) é que o nome mais falado neste caso é também ele o mais inocente: Mateus. A única "culpa" do angolano foi ter decidido seguir o futebol profissional.....ou amador? E foi assim que tudo começou.... à quatro meses atrás (!?) , apesar de haver uma 'cunha (des) leal' a par do caso desde Janeiro último....
Os então recém-despromovidos (em campo) de Belém, ainda com um certo sabor amargo provocado pela derrota no último jogo da Liga (precisamente contra o... Gil Vicente) que os fez (inevitavelmente) descer, aproveitaram a incorrecta (ou correcta?) inscrição de Mateus para abrir (nova) 'guerra', desta vez, fora das quatro-linhas. Portanto, são eles os culpados pelo inicío do caos. A partir daí foram quatro longos meses sem qualquer resolução. Quatro longos meses de desprezo por este caso (embora a gravidade do mesmo). Quatro longos meses de indefinição. Quatro longos meses de expectativa. Quatro longos meses de ineficácia. Quatro longos meses de Belenenses na Liga de Honra. Quatro longos meses (a)normais no futebol português. Uma vergonha! Resultado: a poucos dias do início da nova temporada, e ainda com a tal 'cunha' (despreocupada) a banhos no Algarve, Gil Vicente e Belenenses desconheciam quem justa ou injustamente iria continuar no primeiro escalão do nosso futebol. Quem (não) estava a gostar desta indefinição era o secundário Leixões. E foi por culpa deste, que o primeiro jogo... do Benfica acabou suspenso. Tudo por causa do recurso apresentado pelos de Matosinhos reclamando direito de subida à primeira Liga. Mais uns culpados (com ou sem razão) por esta novela. E estava encontrada a primeira 'vitíma' deste caso: o Benfica!! Se os juízes deste processo tivessem levado a peito o conhecido provérbio "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje", não se tinha gasto tanta tinta.
Com (quase) todos os procedimentos (normais antes dos jogos) realizados e mais de 40 mil bilhetes vendidos na altura, os homens da Luz viram a sua estreia no campeonato adiada e os naturais prejuízos resultantes da não realização do jogo. E foi aí que começou o "show off" de um dos principais protagonistas desta história: António Fiúza. O (tão) polémico (para não lhe chamar outra coisa) presidente dos de Barcelos prometeu estar na Luz à hora marcada para o início do (já suspenso) Benfica-Gil Vicente e ainda visitar o Zoo de Lisboa. Viajou mesmo para a capital. Conseguiu o (tão desejado) protagonismo. Chegou ao ridículo, mas não cumpriu a promessa. Afinal, Fiúza deixou para outro "amanhã" o que na véspera havia prometido fazer, apesar de que num lado teria (certamente) portas fechadas, no outro (com tamanha espécie rara!), poderia ver a cena repetida.... Conclusão: regressou a casa mais calado que o galo de Barcelos quando o dia nasce (se é que isto é possível...).
Como a Federação e a Liga não se entendiam (e nada faziam) , Belenenses e Gil Vicente (e ainda o Leixões) muito menos, apareceu a Fifa nada condescendente: " Ou resolvem o caso, ou os clubes portugueses 'europeus' e a Selecção Nacional sofrem consequências!". Apesar de tudo, bendita Fifa! Pelo menos obrigou a FPF e a LPF a 'entenderem-se' e a apressarem a decisão.
Parece agora estar (quase) tudo resolvido. 'Quase' por duas razões: primeira, porque Fiúza (quem mais?) promete não "piar baixinho" e levar este processo aos limites, não temendo qualquer punição ao futebol português. Segunda: ainda continua sem data o jogo da 1º jornada do Benfica com o Belenenses (ou Gil Vicente) e não se prevê que seja fácil encaixa-lo no (já) apertado calendário 'encarnado', ou então, o Benfica será de novo prejudicado com este caso.
Os sorrisos parecem abrirem-se definitivamente para os lados do Cristo Rei, mas (tal como eu) muita gente deve andar ainda com uma pergunta na cabeça: inocente ou culpado?