Champions League: FC Porto 0-0 Arsenal
Postes da concórdia
O Futebol Clube do Porto empatou 0-0 com o Arsenal e garantiu a qualificação para os oitavos-de-final da Champions League. Num jogo onde não era imperioso vencer, um empate bastou para o Porto sonhar com mais triunfos na edição 2006/07 da prova-rainha do Velho Continente. Este nulo, apesar de ter bastado para o apuramento, foi injusto. O Porto foi a única equipa em campo apostada em fazer jus aos pergaminhos que ostenta. No dicionário azul e branco a palavra 'vencer' é a mais relevante e a mais consultada. Nem podia ser de outra maneira. A história, a tradição e o fiel público exigiam a total entrega dos rapazes na luta pela vitória. Na realidade, não há nada a apontar aos jogadores nesse âmbito. O Porto mostrou-se sempre ambicioso, com uma determinação assinalável, correndo a todos os lances.....enfim, jogando «à Porto». O grande adversário do Porto, na noite europeia de Quarta-Feira, foi o azar. É que o Arsenal pouco se viu. O finalista vencido da última edição da Liga dos Campeões não teve vergonha de vir deliberadamente ao Dragão em "passo de caracol". Sem correr muito, sem criar oportunidades flagrantes de golo, o Arsenal deve ter saído do relvado perfeitamente radiante. No final do jogo, o sorriso amarelo de cada arsenalista comprovava o alívio inglês. Dado o futebol apresentado, foi uma sorte os britânicos não terem sofrido golos. Ricardo Quaresma cometeu a 'proeza' de enviar a bola duas vezes ao poste!!! Quem pensava que o Porto selava pactos com um aperto de mão, enganou-se redondamente. O Porto sela-os é com bolas no poste!!! Veja-se a primeira tentativa para chegar a um acordo: Lucho lançou Lisandro na direita do ataque do Arsenal. O 9 portista cruzou recuado para o remate de Quaresma que embateu no poste da baliza de Lehmann. Mas como esta tentativa de pacto aconteceu aos 49 minutos, sentiu-se que ainda havia mais tempo para discussão tendo em vista um consenso oficial. Lançaram-se ataques, ripostaram-se defesas, os treinadores meteram novos argumentos em campo mas permanecia a indecisão relativamente ao desfecho do encontro. Com mais avanços ou menos recuos arrastava-se a indefinição. Prolongar-se-ia até ao minuto 90? Nada disso. Aos 57' chegou-se a uma decisão. Quaresma, um dos agitadores da sessão, ganhou uma bola no ataque, progrediu pelo centro do terreno, contornou Djourou, inventou espaço e rematou sem hipóteses para Lehmann. Ordeiramente, a bola esbarrou no poste. Naquele momento, foi oficialmente declarada a aliança luso-britânica. Daí até ao final foi um verdadeiro pacto de não-agressão. Assim, o Porto não corria riscos de sofrer um golo e complicar contas (que na altura eram desfavoráveis na Alemanha) e o Arsenal respirava um pouco para ganhar fôlego para a Premiership. O tempo foi passando, o convívio foi agradável e, mais importante que tudo, no fim, ambos passaram à próxima fase da UEFA Champions League. E voltando a um passado recente, o Porto é já o único representante de Portugal nesta importantíssima prova. Aliados no passado, aliados no presente. Dia 15 de Dezembro é altamente provável que seja sorteada uma equipa inglesa para defrontar o Porto nos oitavos-de-final. Haverá nova aliança? No way, gentlemen!!!