Sunday, October 29, 2006

8ª Jornada da Liga: FC Porto 3-2 SL Benfica

Viva o futebol, carago!!!

Realizou-se ontem, no Estádio do Dragão, o Porto-Benfica, afinal, o grande móbil deste projecto bloguístico. O Porto-Benfica foi um autêntico Clássico: emoção com fartura, muitos golos, incerteza no marcador, belíssimo futebol, muito público, enfim, juntaram-se todos os ingredientes para cozinhar um grande jogo de futebol. Este clássico deveria ser mostrado aos putos nas escolas de futebol. Deveria até ser proibido jogar senão assim! Realce para a lição que deram os artistas de campo aos 'jeitosos palradores' que ameaçaram estragar o espectáculo. O Porto-Benfica foi de cair para o lado. Não só para quem estava em campo constantemente a escorregar (firmeza, Fucile!), mas também para quem estava nas bancadas a levar choques eléctricos devido à intensidade das duas correntes do jogo (e querem aumentar o preço da electricidade, hein!). As equipas subiram ao relvado num espectacular Dragão pintado de azul. Belíssima a coreografia que recebeu os artistas. Os benfiquistas não passavam certamente das duas centenas. Vislumbravam-se pouquíssimos adeptos avulsos, principalmente casais e crianças, enquanto que as claques encarnadas tiveram uma presença residual (e até camuflada). No entanto, 50 223 espectadores bateram o recorde de assistência do Dragão em jogos para a Liga Portuguesa. Soprado o apito, o Porto desde logo assumiu a partida. 10 minutos volvidos após o toque de Lucílio Baptista, Lucho Gonzalez quase inaugurou o marcador. Num canto, o argentino apanhou a bola e chutou contra o corpo de Quim. De seguida, que um clássico é vivo, o primeiro golo do FCP. Postiga fora da área recebeu a bola, rodou sobre Rocha e rematou de pé esquerdo. A bola bateu em Lisandro, mudou de direcção e enganou Quim. O primeiro golo do FC Porto, aos 13 minutos! E porque os portistas estavam com pressa, pois têm mais o que fazer já na Quarta-Feira, Quaresma ensaiou o segundo golo dos azuis aos 15'. Ensaiou, porque a jogada foi transposta a papel químico para o minuto 20. Aí, Quaresma trocou as voltas a Nélson, fez tudo direitinho como fizera 5 min. antes, mas agora foi tempo de instaurar um carácter mais simbólico ao momento. Portanto, o remate em arco caiu direitinho nas redes de Quim. Uma delícia que os Diabos Vermelhos seguramente aplaudiram no preciso momento em que entravam no Dragão mais azul que já viram na vida. Antes do segundo golo do Porto, Léo teve, aos 17', uma boa oportunidade de marcar. Fez uma boa jogada pela esquerda e rematou com o pé direito, a bola passou perto do poste de Helton. Aos 25', deu-se o 'crime' o jogo! Anderson sofreu uma duríssima entrada de Katsouranis e teve de ser substituído. O crime compensa porque nem foi marcada falta, nem mostrada cartolina amarela e o Clássico perdeu o 'cara' com o look mais in do futebol português. Esperemos pela confirmação da gravidade da lesão, isto depois de Anderson ter falhado o Sporting por.....lesão. "Joguem à bola..." (e por aqui me fico!) Reatado o jogo, o SLB criou perigo por Paulo Jorge. O benfiquista cruzou na esquerda, a bola sobrou para Kikin, que disparou para uma parada espectacular de Helton. Na recarga, o Kat grego, que nem precisa de ser preto para dar azar a portugueses e brasileiros, mandou o esférico para as nuvens. Em cima do intervalo, Léo fabricou uma boa oportunidade para o Benfica. Desceu o corredor esquerdo e atrasou para Paulo Jorge disparar. Porém, o goleiro do Porto deu música ao Paulo, mas impediu-o de cantar golo, não fosse ele armar-se em Marco. Ao intervalo, o Porto vencia por 2-0, tendo feito uma excelente primeira parte, apesar de consentir na recta final um ascendente dos lisboetas. Na 2ª parte, o Porto foi sol de pouca dura. Aos 55 minutos, o Porto ainda disfarçou o descalabro que se sucedeu. Postiga rematou fora da área e Quim sacudiu para canto. A partir daqui, o jogou mudou radicalmente. O Porto recuou em demasia e deixou a equipa encarnada tomar a iniciativa do jogo. O Benfica cresceu e foi com naturalidade que chegou ao golo. Canto na esquerda cobrado por Simão e, sem oposição, Katsouranis reduziu de cabeça a diferença para um golo, ao minuto 63. Se na 1ª parte me senti eufórico, inebriado e feliz, salivando por um resultado gordo, a 2ª parte rapidamente me saciou e só queria o fim do jogo para manter a vantagenzinha conseguida. Mas para mal dos meus pecados, a 2ª parte ainda ia practicamente no início. O Porto da 1ª parte tinha ficado, incompreensivelmente, no balneário! O golo do SLB foi o balão de oxigénio que os benfiquistas precisavam para suspirar por um empate. O Porto foi o responsável único por deixar o Benfica respirar. Com um Porto aturdido, o Benfica acelarou e chegou mesmo ao segundo golo. O cronómetro marcava 81' minutos, quando Cech perdeu a bola na área benfiquista. No contra-ataque, Nuno Gomes passou a bola para Mantorras, o angolano entregou-a a Nélson e o lateral cruzou para a área do Porto onde o Nuno juntou ao primeiro nome o apelido 'Golos'. Empate no Dragão ao minuto 81'. Eu gelei como se já estivesse no Inverno que aí vem (e ontem que até esteve uma temperatura ambiente quente). Neste jogo vivi todos os estados emocionais que a Psicologia estudou e mais aqueles que só eu e a minha cadeira azul sabemos. O Benfica chegava ao empate neste Clássico épico. Benfiquistas exultavam de alegria e congratulavam-se mutuamente. Mas o jogo não tinha ainda acabado. De tanto rápido que foi o clássico, abriu-se um precedente e o jogo contou com uma inédita 3ª parte. Claro que essa parte extra só foi possível devido aos conhecimentos de Bruno Moraes. É que o brasileiro conhece gente influente! Aos 90+2, com o Benfica a dominar a partida, o Porto beneficia de um lançamento de linha lateral. Fucile, desta vez, cravou os pitons na relva, lançou a bola para a área, ela saltou em Pepe e em Rocha, sobrou para Moraes, ele esticou-se, cabeceou e.........PUM: o Dragão veio abaixo!!!! Indescritível o momento louco que se viveu naquele Estádio. Se havia alguém em campo que merecia marcar o golo da vitória neste Clássico, repartido de domínios por partes, esse alguém era Bruno Moraes. Depois dos 15 meses de calvário provocado por lesões, Bruno Moraes correu para junto dos Super Dragões e abraçou-os. Porém, naquele instante, não houve adepto azul que não se envolvesse no abraço colectivo a Bruno Moraes. O Porto venceu o eterno rival, mesmo no cair do pano. Se o grande ausente desta partida, o italiano Miccoli, estivesse em campo na altura do 3-2, certamente que ergueria o braço, uniria todas as pontas dos seus dedos, gesticularia repetidas vezes e soltaria o típico: "Mamma mia!". Quem disse que o futebol é injusto? Quem disse que os deuses do futebol também não rabiscam naqueles cadernos marados, escrevendo direito por linhas tortas? Claro que o Porto teve sorte, mas não há Campeões sem ela! O Futebol Clube do Porto foi indiscutivelmente melhor na 1ª parte, o Sport Lisboa e Benfica foi indiscutivelmente melhor na 2ª e Bruno Moraes foi o herói da 3ª parte deste encontro de titãs! Fundamentalmente, quem ganhou foi o futebol e todos aqueles que tiveram o privilégio de assistir ao jogo. Vivam os futebolistas!!! Vivam os adeptos!!! Viva o Porto-Benfica!!! Viva o futebol, carago!!! "Ai, carago não, carago!"

Jogo do Ano: FC Porto 3-2 SL Benfica

Estádio do Dragão, Porto

50 223 Espectadores

FC Porto:
Helton; Fucile, Pepe, Bruno Alves e Cech; Paulo Assunção (Bruno Moraes, 83 m), Lucho Gonzalez e Anderson (Raul Meireles, 30 m); Lisandro Lopez, Hélder Postiga e Quaresma (Tarik, 75m).

Treinador: Jesualdo Ferreira

SL Benfica: Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Petit e Katsouranis; Paulo Jorge (Nuno Assis, 53m), Nuno Gomes e Simão; Kikin Fonseca (Mantorras, 63m).

Treinador: Fernando Santos

Disciplina: Amarelo a Fucile (77m) e Assunção (80m)

Marcadores: 1-0, Postiga (12m); 2-0, Quaresma (20m); 2-1, Katsouranis (63m); 2-2, Nuno Gomes (82m); 3-2, Bruno Moraes (90+2)

Saturday, October 28, 2006

8ª Jornada da Liga: Porto 3-2 Benfica

A maldição dos três....

Começar mal e acabar... mal. Desta vez, os dois golos marcados no Dragão não foram suficientes para levar os três pontos para casa. Muito pelo contrário. O Benfica acabou mesmo por perdê-los. Mais uma vez, perdeu por três golos, e, mais uma vez, deixou fugir pontos nos descontos. A sorte fez muita falta... e Miccoli também.
Sem o italiano (castigado na jornada anterior), Fernando Santos optou por juntar a Nuno Gomes o mexicano Kikin Fonseca, e colocar na ala direita o regressado (após lesão) Paulo Jorge (para o lugar de Nuno Assis). Perspectivava-se um Benfica atacante e com claras ambições de ganhar o clássico, mas quase toda a primeira parte não foi o espelho desse objectivo. Apesar disso, o jogo até começou algo equilibrado, mas com os portistas a criarem mais perigo. Anderson, através de um livre directo, 'acordou' Quim com um remate a rasar a barra. Aos 11 minutos, já depois de Lucho ter estado perto de marcar, Postiga... e Lisandro marcaram. O português rematou na zona central, para o argentino desviar com a coxa para o fundo da baliza "encarnada". Começava aqui o azar benfiquista... Foi o delírio nas bancadas totalmente azuis (nesta altura, ainda não tinham chegado os poucos adeptos do Benfica). Estava acordado o "dragão" e... adormecida a "águia". O golo sofrido foi muito sentido, mesmo assim, Léo quase empatava as contas, mas o remate saiu pouco ao lado da baliza de Helton. Azar de Léo, o pé direito não é o seu melhor... mas é o de Quaresma. O cigano, numa jogada individual, colocou o placar em 2-0. Após driblar Nélson, Quaresma rematou em arco (como já o havia feito poucos minutos antes, mas com menos sorte) para um grande golo sem hipoteses para Quim. Era um início em grande do Porto neste clássico. O segundo golo serviu para animar, ainda mais, as bancadas... e o Benfica, ao contrário do que acontecera após o primeiro tento. Já depois da saída de Anderson devido a lesão, o ataque benfiquista trabalhava mais e criava mais oportunidades. Duas em concreto: primeira ao minuto 35, quando Paulo Jorge centrou para Kikin testar a atenção de Helton. A segunda aos 44 min. após cruzamento de Léo (o melhor em campo no Benfica) para o mesmo Paulo Jorge pôr à prova a elasticidade do brasileiro. A primeira parte acabava assim: um Benfica mais dominador e mais perigoso. A segunda confirmou os sinais. Paulo Jorge acabaria por sair, assim como o mexicano Fonseca. E, quando este ainda mal se tinha sentado no banco, Katsouranis reduziu para 2-1. Simão marcou um canto da direita e o grego, com um cabeceamento perfeito, pôs o Benfica na luta pelo jogo. Um golo justíssimo que veio confirmar a veia goleadora do campeão europeu pela Grécia. Este era, sem dúvida, o melhor momento "encarnado" no jogo. Boa troca de bola, excelente pressão e boas combinações no ataque. Os minutos passavam, e não mais o Porto conseguiu construir lances de ataque. Não foi por isso de admirar que aos 81 minutos, Nuno Gomes voltasse a facturar no Dragão. Numa jogada que pareceu fotocópia da do primeiro golo do "21" na época passada, Nélson cruzou para Nuno empatar a partida. Era um prémio merecido para a equipa de Fernando Santos que nunca desistiu e tudo fez para empatar... e ganhar a partir daqui. A vitória era cada vez mais possível, até porque os portistas pouco, ou nada, faziam. Mas se o Benfica tentava os três pontos... acabou por perdê-los a um minuto do fim dos três de descontos. O recém entrado Bruno Moraes, aproveitou um lance às três tabelas para levantar o estádio. Um resultado, de facto, injusto, num dos melhores clássicos dos últimos anos.
Com esta derrota elevam-se para três os jogos em que o Benfica perdeu por três golos esta época (depois de Boavista e Celtic). Mas glória aos vencedores... e aos vencidos. Viva o benfica!

Friday, October 27, 2006

Vira-casacas: Drulovic


Ljubinko Drulovic foi um futebolista difícil de igualar, pois desenvolveu um estilo muito peculiar. O sérvio tinha um pé esquerdo de sonho. Destacava-se pela velocidade, pela finta deliciosamente curta com que ludibriava os adversários e pelos cruzamentos milimétricos de trivela, que sobrevoavam os adversários e caiam onde deviam cair, ou seja, na cabeça de Jardel. Foi durante épocas a fio o rei das assistências do campeonato. O seu futebol era um regalo para a vista. Drulovic foi um dos mais destacados extremos-esquerdos que passearam classe pelos estádios portugueses. Jogador de futebol rectilíneo, era daqueles que iam à linha de fundo cruzar para a área, habilidade que hoje rareia. O seu requintado pé esquerdo deixou saudades a todos os amantes do futebol-espectáculo. Drulo ingressou no Porto em 93/94, vindo do Gil Vicente. Esteve oito temporadas ao serviço do Porto e contribuiu pessoalmente para cada um dos 5 títulos consecutivos. Drulovic é o exemplo perfeito de que só é Penta quem pode! Terminado o contrato com o Porto em 2000/01, o internacional sérvio transferiu-se livremente para o SL Benfica, na época seguinte. Um processo conturbado, já que o FCP propôs-lhe a renovação do contrato mas Drulovic já se tinha comprometido com o SLB. Permaneceu duas temporadas na Luz. A sua saída causou mágoa nos adeptos azuis, mas a passagem sem glória pelo Benfica levou a que os 'tripeiros' perdoassem a traição. Após vestir a camisola do Benfica, jogou no campeonato do seu país ao serviço do Partizan de Belgrado. As pazes entre Drulo e o Tribunal das Antas aconteceu, em 2003/04, quando o Partizan jogou com o Porto para a Champions League. Drulovic entrou no relvado das Antas no decorrer do jogo e foi efusivamente aplaudido pelos presentes. Os melhores anos da sua carreira foram passados nas Antas. Ainda hoje Drulo se refere ao Porto com um enorme carinho, comprovando que o selo da amizade e da gratidão continua intacto. Encerrada a carreira como futebolista no Penafiel, Ljubinko ocupa actualmente o cargo de treinador do Tourizense.

Vira-casacas: Zahovic


Zlatko Zahovic foi um dos mais apaixonantes futebolistas que já pisaram os relvados portugueses. Senhor de um pé esquerdo fabuloso, Zahovic rapidamente conquistou os adeptos do futebol quando ingressou no Guimarães na longínqua época de 93/94, proveniente do Partizan de Belgrado. Após três anos fantásticos na Cidade-Berço, rumou com destino ao Porto onde certamente viveu o melhor período da sua carreira. O esloveno teve, nas Antas, a oportunidade de aprimorar as suas qualidades técnicas. Passes excelentes, golos belíssimos, fintas e assistências fenomenais, faziam parte do reportório de Zahovic. Todo o seu futebol destilava magia. De azul vestido conquistou três campeonatos e uma taça de Portugal, sendo um dos heróis do inatingível Pentacampeonato. O 1º clássico em que participou foi nas Antas em 96/97, saíndo então vencedor do encontro que teve 3 golos do Porto e 1 do Benfica. Terminado um glorioso ciclo de 3 anos no Porto, Zahovic entendeu que seria altura de sair para outras paragens. O Valência piscou várias vezes o olho a Zahovic, mas o Porto recusou todas as ofertas dos espanhóis, por achar que não eram condizentes com o valor de Za. Seria então o Olympiakos a apresentar a proposta mais vantajosa para o FCP. Partia de um modo algo conturbado, um dos futebolistas mais adorados pelos adeptos. A aventura grega não correu da melhor maneira e após um ano de estadia em Atenas, o Valência, o tal sonho adiado do esloveno, apresentou argumentos ao clube do Pireu para levar Zahovic. Finalmente, onde sempre quis estar, Zlatko cumpria o sonho de jogar na Liga espanhola e num clube com aspirações de grandes voos na Europa. Zahovic com o Valência chegou mesmo à final da Liga dos Campeões em 2000/01. Defrontou o Bayern de Munique numa final disputada em Milão, que terminou com a vitória dos alemães no desempate por grandes penalidades. Zahovic chamado a converter um penalty, permitiu a defesa de Kahn. Não estando totalmente satisfeito com a sua utilização em Valência, surgiu a possibilidade de Za retornar ao futebol português. A porta de entrada foi o Benfica. Za mudou-se para a Luz e cumpriu três anos e meio de contrato com o SLB. Aí, venceu uma Taça de Portugal e um Campeonato Nacional. Como curiosidade, Zahovic, no FCP, defrontou por 8 ocasiões o Benfica e perdeu apenas uma! Enquanto que, no SLB, defrontou por 7 vezes o Porto e somente venceu uma partida! Em entrevista ao jornal 'O JOGO', Zahovic fez a antevisão do Porto-Benfica de Sábado, referindo-se da seguinte maneira ao clássico: "Não é só um grande jogo em Portugal, é mesmo um dos maiores do futebol europeu". Mesmo não tendo sido uma troca directa de camisolas, alguns portistas sentiram-se magoados com Zahovic. Quanto mais não seja por verem Zlatko emprestar o seu talento ao eterno rival. Se Zahovic considerou "um enorme privilégio" representar os dois clubes, certamente que portistas e benfiquistas estão igualmente gratos por terem contado com a magia de Zlatko Zahovic.

Thursday, October 26, 2006

7ª Jornada da Liga: Benfica 3-1 E.Amadora

Cartão de (não) visita

O Benfica presenteou os milhares de adeptos nas bancadas com uma vitória clara por 3-1, e foi presenteado pelo juiz da partida com cartões... amarelados, principalmente. Muitos! Demasiados para uma partida que não teve, de longe, lances a roçar a violência. No total foram mostrados 18 cartões, 15 amarelos e 3 vermelhos, para ser mais exacto.
Com nova troca no lado direito da defesa (Nélson por Alcides), o Benfica desde cedo deu as boas-vindas ao Estrela.... com ataques bem perto da baliza de Paulo Lopes. Com um adversário acanhado, os alas tinham espaço suficiente para subir no terreno e auxiliar o ataque. Mas o minuto 13 foi mesmo de azar... para o Benfica. Dário fez questão de cumprimentar Quim com um golo no primeiro remate à baliza resultante de um canto. O Estrela estava em vantagem, mesmo não tendo feito nada para o merecer. Os adeptos benfiquistas ficaram, por certo, mais tensos e preocupados, visto a equipa vir da pesada derrota de Glasgow, mas essa tensão não se fez notar nos jogadores. A pressão aumentou depois do golo sofrido. Katsouranis avisou o guarda-redes estrelista, Nuno Gomes segui-lhe as pisadas, mas foi Simão que aos 21 minutos assustou mesmo Paulo Lopes: após cruzamento de Nélson, o capitão benfiquista, isolado, "preferiu" oferecer a bola aos adeptos que se encontravam atrás da baliza. Mas passados 10 minutos, Miccoli (mais uma vez) descansou tudo e todos (do Benfica, claro). O italiano aproveitou uma insistência de Katsouranis para encostar facilmente a bola para o fundo das redes. Estava restabelecida a verdade, ou melhor, metade dela. A outra viria na segunda parte.... Satisfeito com a igualdade, o Estrela da Amadora uniu-se lá atrás, formando um bloco que viria a ser destruido aos 52minutos. Nélson, neste jogo endiabrado, rompeu pela direita e só foi travado, já dentro da área, em falta por Pedro Simões. O estrelista viu o segundo amarelo e despediu-se dos seus companheiros. Simão, tranquilo, pôs, justamente, o Benfica em vantagem e empurrou ainda mais a equipa para a frente. Foi, sem dúvida, a melhor fase "encarnada" no jogo. Simão tentou bisar através de um chapéu, mas a bola não quis nada com a baliza. No minuto 68, Miccoli vê, injustamente, ser-lhe tirado um fora-de-jogo e... leva cartão amarelo, por pretensos excessivos protestos. Na altura, o italiano era mais um dos amarelados da noite, num critério, no mínimo, confuso do árbitro do jogo. O Benfica continuava a atacar, mas não marcava. O russo Karyaka voltou a jogar no Estádio da Luz. A 8 minutos dos 90, Miccoli recebeu mais dois cartões... Depois de sofrer uma falta, o italiano vê ser bem assinalada a infracção, mas o árbitro do jogo, talvez sedento do chá que, findado o jogo, iria tomar (onde, e com quem não sabemos...), achou por bem oferecer um cartão de... não visita ao Dragão a Miccoli. Com tantos cartões mostrados (18!!), o italiano acabou por ser o benfiquista mais prejudicado com o "cartão visa" mais recheado do senhor Xistra.... Dez para dez, mas o mesmo sentido do encontro: a baliza estrelista. E foi no minuto 90 que tudo se resolveu. Karyaka, esse mesmo, voltou a repetir o feito da época passada: marcar ao Estrela na 'Catedral'. Um bom golo, após uma boa jogada na esquerda. O jogo acabaria pouco depois, e os cartões, como é óbvio (ou não), também.
O Benfica visita agora o Porto, esperando-se que, com ou sem Miccoli, com ou sem RuiCosta e Karagounis, com ou sem Xistra, com ou sem adeptos seus nas bancadas, presencie o campeão nacional com um cartão.... de melhoras.

Tuesday, October 24, 2006

Vira-casacas: Bastinhos

Em contagem decrescente para o especialíssimo FC Porto-SL Benfica de Sábado próximo, inaugura-se um espaço dedicado a algumas figuras que representaram ambos os clubes. José Tavares Bastos ou simplesmente «Bastinhos» é aqui recordado, marcando o início da viagem pela memória comum dos dois históricos emblemas. É nesta troca de camisolas que nos apercebemos do incessante cruzamento de caminhos entre Futebol Clube do Porto e Sport Lisboa e Benfica. Em 1922, Bastinhos saiu do Benfica para ingressar no Porto. Sabe-se que se estreou de dragão ao peito com uma derrota frente ao Pontevedra por 3-1. Desde esse tempo longínquo até aos nossos dias, os vira-casacas nunca sairam de moda....

7ª Jornada da Liga: Sporting CP 1-1 FC Porto

Barba e cabelo

No primeiro clássico da época, o FC Porto empatou a um golo, em Alvalade. Leões e Dragões iniciaram e findaram este jogo de garras bem dadas. Inseparáveis como Bucha e Estica, Abrunhosa e óculos ou Vieira e apitos. O Sporting a jogar no seu covil imprimiu um maior domínio, tentando escapar na classificação ao outro rei da selva futebolística. Por seu turno, o Porto adoptou uma estratégia mais moderada a pensar em suster o ímpeto sportinguista. Prova desse comedimento, foi a presença de Assunção no lugar do lesionado Anderson. O terreno pesado pela queda de chuva, também terá influenciado Jesualdo na hora de formar um onze. O S. Pedro, que só aprecia desportos náuticos, teve fé nos artistas e desafiou-os a mostrar as suas potencialidades em contexto húmido. Dadas as condições, os rapazes até nem se sairam mal. Mesmo impedidos de exibirem a plenitude dos seus dotes, alguns transpiraram laivos da sua genialidade. É certo que Nani se mostrou pouco, Lucho idem, mas Yannick Djaló e Quaresma não deixaram as tintas, os cinzéis e os esquadros, por pés alheios. Ambos aproveitaram para expôr o talento nessa enorme galeria que é Alvalade. O Sporting, tal como era esperado, entrou «à leão». Forte, decidido, intimidando o Porto. Logo aos 4 minutos, Paredes teve oportunidade de cabecear perigosamente para a baliza de Helton, mas o brasileiro negou o golo com classe. O Porto ia aguentando como podia as iniciativas leoninas, mas lembrava também que o jogo tinha tinha dois sentidos. Lucho, aos 14', lançou Quaresma, que galgou terreno, chutou cruzado e a bola passou com perigo junto do poste da baliza de Ricardo. O Sporting pressionava em busca de um golo que esteve perto de acontecer, aos 19'. Helton subiu ao 3º anel para apanhar a bola, quando chocou com Bruno Alves, numa clara falha de comunicação. Ao ver a pobre bola sem dono, Liedson tentou reclamar, pelo menos, o prémio que seria o golo. Não teve sucesso o baiano. O Porto diminuía o seu caudal ofensivo e retraía-se perante o Sporting. Com tanta cerimónia do Porto na busca do golo, a turma de Alvalade achou que devia ser ela a festejar qualquer coisa. "E que tal um golo?" interrogavam-se em uníssono. Feitas as súplicas e esgotados os suspiros, o balançar das redes chegou por intermédio de Yannick Djaló. Decorria o minuto 43, quando Nani cruzou para o internacional sub-21 português marcar sem oposição (incompreensivelmente, desabafo eu) o golo dos lisboetas. O Sporting chegava à vantagem, poucos minutos antes do árbitro acabar com o recreio. A equipa da capital portuguesa liderava com justiça o marcador. Ao intervalo entrou Jorginho, também conhecido como o fantasma que assombra Alvalade há três anos consecutivos! Desta vez, não marcou mas funcionou bem como alavanca atacante dos azuis, na ausência do 'gripado' motor Anderson. A 2ª parte iniciou com uma maior vivacidade do Porto. Quaresma trabalhou bem na esquerda, efectuou uma mescla de cruzamento e remate, fazendo com que o 'Labreca' defendesse com dificuldade para canto. Uma jogada «à Quaresma», no reatar das emoções. O Porto não pediu licença, adulterou, a seu favor, o ditado e fez do azul a cor da esperança. E do canto resultou o empate. Confusão na área leonina, a bola deambulou pelo ar, Bruno Alves fez um balão, Ricardo sacodiu para a frente e apareceu Quaresma a fuzilar as redes dos verdes!!! Se os sportinguistas estavam 'azuis' de ver Quaresma, demonstrando-o com repetidos apupos, então rebentaram de fúria pictórica quando o Mustang-Harry-Potter-Cigano-Ratazana-Trivelas-e-não-me-lembro-de-mais-nada marcou o golo do FCP. Quaresma a pagar na mesma mo€da a provocação dos verdes. Com o empate, o Porto readoptou a estratégia da 1ª parte. Procurou controlar a partida e consegui-o. O Sporting apesar de continuar a ser a equipa mais perigosa em campo, não detinha já o domínio que exercera antes do intervalo. O cronómetro marcava 62 minutos, quando Paredes obrigou Helton a aplicar-se. O paraguaio efectuou um cruzamento-remate a que o 'goleiro' mais 'legal' de Portugal respondeu com uma defesa vistosa para canto. Passaram 22 minutos minutos sobre este lance (minuto 84, portanto) quando o «Levezinho» congelou os corações dos presentes. De fanicos a colapsos, todos entraram em processo de enfartamento do miocárdio. Não é que o 31 do Sporting queria armar um 31 ao Porto? Tanto esforço, sacrifício e sofrimento dos azuis para aguentar um empate e eis que surgia Liedson a querer 'brincar' aos justiceiros?! Porém, o brasileiro não atingiu a justiça que se assiste em filmes. O baiano elevou-se à concorrência e cabeceou à trave da baliza dos nortenhos. Passaria pouco tempo até à chegada do apito final, com a curiosidade de ser o Porto a espreitar a baliza do Sporting. A única nota triste prende-se com o facto de Alvalade não ter tido mais público para o clássico. No entanto, não creio que os lugares vazios se devam à acção de S. Pedro, o desmancha-prazeres (a seguir ao FCP, pensarão os sportinguistas). 37 136 espectadores picaram o ponto em Alvalade. A adesão abaixo das expectativas deverá agradar sobremaneira aos dirigentes que, com €uros a mais, fomentam o esvaziamento dos estádios e o progressivo desinteresse das pessoas pelo futebol. No rescaldo, Jesualdo gostou do resultado e Bento da exibição. Destaque para o desempenho de Helton, o melhor em campo. Helton que pode ter tudo, desde a excelência até à simpatia, mas não tem, garantidamente, piolhos. Ao que parece deixou esse incómodo para Paulo Bento, que há-de coçar a cabeça e eriçar o seu famoso cabelo cada vez que ouvir:«Futebol Clube do Porto». Todavia, um clássico raramente é decisivo nas contas finais. Até porque os campeonatos ganham-se contra os pequenos grandes obstáculos. Mas este adágio todos sabem, é tão velho que já tem barbas!!! Que venha o Porto-Benfica!!!

Saturday, October 21, 2006

Champions League: Celtic 3-0 Benfica

You´ll Never Walk Alone!

Foi com este hino (único, imortal e arrepiante) que começou a noite negra do Benfica em Glasgow, e é inspirado nele que devemos olhar para a frente e continuar a acreditar. Esta derrota inesperada (principalmente pelos números) compremeteu (e muito) a passagem aos oitavos-de-final da 'Champions', mas os próximos dois jogos na Luz podem dar uma nova esperança de apuramento, que pode concretizar-se em Manchester, no último jogo desta fase. Este encontro com o Celtic já se previa difícil, pois a ajudar os escoceses estavam 60 mil almas, já conhecidas por não se fartarem de apoiar a equipa. E não desiludiram. Foi, de facto, um ambiente arrepiante aquele que se viveu no Celtic Park.
Com uma única alteração em relação ao ultimo jogo (Alcides por Nélson), com o objectivo de ganhar altura na defesa, O Benfica entrou acanhado e expectante. O Celtic, como se previa, iniciou o jogo muito pressionante e a todo gás. Marcar um golo cedo era o objectivo dos escoceses, mas Quim segurou o empate ainda o relógio não tinha chegado aos 5 minutos de jogo. Quim opôs-se muito bem a um remate à meia volta de Maloney. Para esteria dos "católicos" na bancada, o Celtic criava alguns lances de perigo na área benfiquista, mas para felicidade "encarnada", nunca teve sucesso. A pressão escocesa foi diminuindo, e o Benfica foi subindo no terreno. A equipa de Fernando Santos já trocava mais a bola e, aparentemente instruida para isso, tentava rematar de onde pudesse. Exemplos disso foram os disparos de meia-distância de Miccoli, Katsouranis, Petit, Nuno Assis e até de Léo. Nesta fase final da 1ª parte, o Benfica já dominava o encontro, embora sem grandes changes de golo. A única verdadeira oportunidade, digna desse nome, aconteceu ao minuto 40. Simão e Léo entenderam-se bem na esquerda, o lateral cruzou ao 2º poste para Katsouranis, mas o grego não concluiu da melhor forma. Esta viria a ser a grande ocasião de golo do Benfica em todo o jogo. O intervalo chegava pouco depois. O final da 1ª metade deixava antever uma segunda mais renhida e um Benfica mais pressionante. O reinicio do jogo confirmava as melhores expectativas: o Benfica estava mais solto e com menos receios. Simão, através de um livre, assustou Boruc, mas não o suficiente para o fazer buscar a bola ao fundo das redes. Mas a verdade é que o Celtic pareceu acordar novamente, e passou a jogar mais rápido, chegando, outra vez, mais perto da baliza de Quim. Num dos muitos centros perigosos que fizeram para a área benfiquista, os "católicos" marcaram. Miller aproveitou bem uma remate falhado de Nakamura para inaugurar o marcador e deixar o Benfica de rastos. Era o principio do fim "encarnado". Apesar do golpe, o Benfica inda assustou novamente por intermédio de Nuno Assis. O '25' da Luz acertou com estrondo na barra após remate à entrada da área. Mas, num contra-ataque, Miller bisou. Uma jogada onde ficou bem patente a lentidão da defesa "encarnada" em recuar. O jogo estava praticamente resolvido. Fernando Santos ainda lançou Nélson e Fonseca, mas o Benfica já não conseguia reagir. Simão bem tentou levar a equipa para a frente com vários cruzamentos perigosos para a área, mas nada feito. Ainda assim Léo voltou a ameaçar o guarda-redes contrário com um remate a rasar o poste. E no ataque o Celtic... marcava. O recém entrado no jogo Pearson conclui uma boa jogada atacante dos escoceses. 3-0 muito pesados para um Benfica que acabou por pecar na finalização, sendo penalizado por isso.
A esperança é a última a morrer. O percurso (da fase de grupos) vai a meio, esperando-se agora que no segundo confronto com os escoceses e na (também) recepção ao Copenhaga, o Benfica tenha mais sorte e.... consiga mais pontos, como é óbvio. Só assim é que podem chegar a Old Traford com a esperança de chegar à próxima fase.

Friday, October 20, 2006

Champions League: FC Porto 4-1 Hamburguer SV

Hamburguer à moda do Porto

O FC Porto garantiu, neste jogo, a 1ª vitória na edição 06/07 da Champions League. A fome de vitórias era tanta que o FCP devorou avidamente este Hamburguer SV que lhe foi posto no prato. Hamburguer SV que se apresentou numa daquelas bandejas todas bonitas, à mercê deste dragão faminto. Recorde-se que o jejum de vitórias do Porto nesta competição durava há um ano. A robustez do resultado comprova que o Porto necessitava urgentemente de tirar a barriga de misérias na Liga dos Campeões. O petisco foi de tal forma saboroso que, depois das tripas e das francesinhas, o «Hamburger à moda do Porto» vai ser, certamente, a nova iguaria da Cidade Invicta. Este jogo tinha contornos practicamente decisivos para o FCP. Um resultado que não fosse a vitória colocaria em sério risco a possibilidade de apuramento para os oitavos-de-final da Liga Milionária. Assim, com o triunfo de Porto e CSKA frente a Hamburguer SV e Arsenal, respectivamente, o Grupo G permanece em aberto, ainda sem qualquer equipa com passaporte carimbado para a próxima ronda. No FC Porto-Hamburguer SV, destaque para a estreia oficial do uruguaio Fucile. O jogou iniciou com um Porto bastante dinâmico. Fruto desse arrojo, o golo rapidamente foi uma realidade. Aconteceu quando o cronómetro marcava 14 minutos de jogo. Anderson ganhou a bola no meio-campo, passou por Wicky a toda a velocidade e centrou para Lisandro Lopez marcar o 1º de quatro golos na baliza dos alemães. Mesmo em vantagem, o Porto procurou manter a toada ofensiva. Quaresma espelhou fielmente essa vontade. Aos 21', rematou à entrada da área mas o esférico ressaltou num defesa alemão. No entanto, o 'gypsy' recuperou a bola e quando passava pelos defesas bávaros foi derrubado dentro da área. Ficou um penalty por assinalar e foi puxado um cartão amarelo que devia ter ficado no bolso do senhor Alain Hamer. O juiz luxemburguês havia ainda de chamar a si o papel principal. À passagem do minuto 35', Ljuboja foi mais lesto do que Helton e marcou golo. Porém, o árbitro decidiu anular o lance por falta (inexistente) sobre o homem-elástico do Porto. A bola rolava bem no tapete do 'Dragão' apesar da copiosa chuva que caiu. Depois do golo do Porto, o Hamburguer SV teve algum ascendente no jogo. Consegui-o principalmente na recta final da 1ª parte. Por isso mesmo, foi contra todas as previsões que o Porto arrumou definitivamente a questão do vencedor da partida. No 2º minuto de descontos do 1º tempo, Ljuboja meteu, com a sua mão, a vitória na boca dos portistas. O juiz, desta vez, marcou penalty, mas para manter a 'coerência errática' não mostrou o segundo cartão amarelo ao sérvio e consequente vermelho. Lucho González bateu a penalidade e fez o 2-0. Ao intervalo, este resultado servia perfeitamente as aspirações dos azuis. Acontece que os jogadores acharam (e bem) que mais uma ou duas trincas no Hamburguer não lhes iria fazer mal à barriga. De facto, não fez. Pelo contrário, todos os portistas adoraram sair do Estádio com o estômago bem preenchido. O dragão entrou para a 2ª parte com a mesma insaciedade do período anterior. Por seu turno, a equipa germânica revelou-se tão tenra como o fora na 1ª parte. Aproveitando a maré favorável, o FCP desceu área abaixo para ampliar a contagem. Aos 69', tem lugar uma das mais espectaculares jogadas do encontro. Quaresma palmilhou todo o meio-campo alemão com a redondinha controlada, aguardou pelo momento oportuno e remeteu a bola para Postiga, que cabeceou para o 3º golo da noite. Mas o povo queria mais e mais teve. Moraes, acabadinho de entrar, partiu ao meio o Hamburguer, com um passe, e Lisandro não se fez rogado com a possibilidade de engordar a sua conta pessoal. Ambos partilharam o protagonismo de um bonito golo do FC Porto. Ah, não chores mais, Argentina. Lucho & Licha voltaram para te fazer sorrir. E como nós agradecemos isso. Depois de quatro golos marcados pelo Porto, três dos quais espectaculares, houve ainda espaço para o Hamburguer SV apontar o seu tento de honra. O Hamburguer SV não quis descer o nível e Trochowski, o melhor jogador dos alemães, fez um golo belíssimo sem hipóteses para Helton. Pouco tempo depois o jogo terminou. A título de curiosidade, refira-se que este foi o jogo 250 dos azuis e brancos nas competições europeias. Efectuados os cálculos, chega-se ao resultado de 115 vitórias, 53 empates e 82 derrotas. O saldo de golos é positivo: 372 marcados contra 271 sofridos. A saga continuará Europa fora. Oxalá continue a haver alimento para os dentes do dragão.

Monday, October 16, 2006

6ª Jornada da Liga: FC Porto 3-0 Marítimo

Foto: Colectivo

Uma vitória para o Capitão

Após duas derrotas consecutivas, o FC Porto regressou às vitórias. "Depois da tempestade vem a bonança", ou seja, depois do vendaval de Braga veio o Marítimo. Sábado era para ser um dia especial. Em parte, o carácter singular desse dia materializou-se. Qualquer vitória do Porto é especial, ainda por cima depois de ter estado uma 'eternidade' sem a conseguir. A única pena que guardo do jogo foi não ter visto o Eterno Capitão a ser oficialmente gratificado pelo clube, no relvado, antes do início da partida. Merecia (aliás, merece!) uma despedida do futebol em grande e o seu aniversário serviria para intensificar a magia do momento. Isso não aconteceu mas, felizmente, os adeptos têm memória. O tribunal azul e branco lembrou Jorge Costa. Adeptos anónimos empunharam cartazes e faixas, enquanto o Colectivo Ultras 95 realizou um emblemático agradecimento. Jorge Costa esteve "longe da vista, mas perto do coração". Quanto a celebrações oficiais por parte do clube, "mais vale tarde do que nunca". Aguardemos. Relativamente ao jogo, o Porto fez por merecer o triunfo. Porém, quem viu o jogo não supunha que o Marítimo, a jogar tão arrumadinho na sua defesa, fosse sofrer três golos. Mas sofreu. O primeiro foi aos 34 minutos de jogo. Lisandro Lopez descobriu Pepe na direita, o central ao subir no terreno obteve um desequilíbrio, cruzou e Postiga fez o 1º golo. Estava descoberto o caminho marítimo para a vitória e nem foi necessário um Vasco da Gama. Hélder Postiga foi um descobridor de golos suficientemente astuto. No decorrer do jogo, o Porto foi esbanjando algumas boas oportunidades de golo, como é exemplo o minuto 42. Anderson efectuou um passe fabuloso a isolar Cech, que cruzou para uma emenda deficiente de Lisandro, à boca da baliza. Os portistas tiveram de esperar pela 2ª parte para dilatarem o marcador e ganharem fôlego para o compromisso da Champions League. Aos 62 min., Hélder Postiga sofreu uma falta dentro da área cometida por Grégory. Encarregado da marcação do penalty, Lucho fez, com tranquilidade, o 2º golo do FCP no jogo. A partir daí, os azuis controlaram eficazmente a partida. Destaque para o regresso de Bruno Moraes à competição, 15 meses depois de ter feito o último jogo oficial. Entrou aos 76 min. para o lugar de Meireles. Os 33 023 espectadores que assistiram ao desafio no Dragão dispensaram-lhe uma forte ovação. Com Moraes em campo, o Porto continuou a entreter a plateia. Anderson era o artista que mais se destacava em campo. E como pairavam no ar partículas da energia de Jorge Costa, Anderson sorveu-as numa intenção deliberada de se tornar numa referência desta equipa. Foi espectacular observar um puto de 18 anos, feitos há pouco tempo, dando o exemplo aos mais velhos. Ele comandou os colegas, pressionou os defesas adversários logo à saída da área, não desistiu de nenhum lance, fez jogadas e passes fenomenais....Enfim, vale a pena ir ao Estádio para ver um jogador «à Porto». Anderson foi um dos protagonistas do 3º golo portista. O 'canarinho' iniciou a jogada que terminou com Postiga a fazer a bola beijar as redes de Marcos. Crédito seja dado a Postiga, que em 6 jogos fez 4 golos. Nada mau, hein? O Porto retomou as vitórias e as goleadas. Com estes três golos no papo, espero que o FC Porto, na Terça-Feira, ainda tenha apetite para ingerir umas quantas calorias de um 'tal' Hamburger SV.

Sunday, October 15, 2006

6ª Jornada da Liga: Leiria 0-4 Benfica

Bello, Bello...

Que grande Miccoli! Que grande Simão! Que grande Nuno Gomes! Que grande Benfica! Hoje o Leiria foi vitíma do melhor Benfica da época. Um Benfica de luxo.
Sem um dos jogadores em melhor forma ultimamente (Paulo Jorge, devido a lesão de última hora), a equipa de Fernando Santos surgiu na Cidade do Lis com dois avançados que costumam entenderem-se bem em italiano... ou será em português? É que Miccoli e Nuno Gomes se completam tão bem, que parecem ambos terem nascido a jogarem juntos (passo o exagero). Desde muito cedo que o Benfica se mostrou bem 'polido', principalmente no ataque. Para além do excelente entendimento dos avançados, Simão não lhes ficava atrás. O capitão parece querer voltar ao nível que chamou a atenção dos grandes da Europa. O minuto 17 é o espelho do jogo de um "trio maravilha": Simão cruza da esquerda, Nuno Gomes deixa passar a bola para Miccoli que protagoniza ao guarda-redes da casa uma defesa por instinto. A classe do jogo benfiquista atingia nivéis nunca vistos esta época. Aos 30 minutos, o momento da partida. Miccoli (pois claro) aproveitou uma combinação entre Simão e Katsouranis para, com muita calma, fazer um belo chapéu ao guarda-redes leiriense. Que belo momento...... Aí está de novo o italiano a marcar pelo Benfica. "Mi...Mi..Miccoli" gritavam os (muitos) adeptos benfiquistas da bancada. E voltaram a gritar a 1 minuto do intervalo. Desta vez foi Léo quem esteve na origem do golo, mas dois dos grandes protagonistas desta noite voltaram a entrar em cena. Após centro da esquerda do lateral brasileiro, Nuno Gomes ofereceu ao italiano a oportunidade de voltar a brilhar. Miccoli não desperdiçou. Mais uma grande jogada onde se provou que o "21" do Benfica não sabe só marcar, muito pelo contrário. O descanso chegaria pouco depois, mas a energia "encarnada" ainda não tinha terminado (embora pudesse-se pensar num poupar de esforços para o jogo de Glasgow). Apesar disso, o Leiria pareceu querer mudar o rumo aos acontecimentos, mas nem a pequena subida no ínicio da 2º parte desmoronou a barreira benfiquista. E foi com naturalidade ( e com a mesma classe da 1º parte) que o Benfica dobrou o marcador, com dois golos bem merecidos para os seus autores. Primeiro Nuno Gomes. Depois de mais uma jogada iniciada em Simão Sabrosa, Nélson cruzou para o avançado benfiquista marcar o seu centésimo golo com a camisola do Benfica só no campeonato. Um grande registo, só ao alcance dos grandes goleadores. Cinco minutos depois, marcou Simão. Após mão na área leiriense, o árbitro assinalou o penálty que acabaria por fechar o placar. A partir daí, o Benfica, apesar do resultado volumoso , nunca deixou de atacar, mas o resultado não voltaria a mudar.
Os oito golos nos últimos dois jogos revelaram um Benfica mais concretizador e de maior requinte. Na próxima terça-feira espera-se a mesma qualidade de hoje, embora se preveja um desafio mais exigente. Esperemos que o Benfica não tenha gasto aqui todas as 'munições', e que consiga um resultado positivo, e que no final todos possamos voltar a gritar: "Bello, bello...".

Saturday, October 14, 2006

Ídolos: Jorge Costa


A devoção de um Capitão

Jorge Costa anunciou, no passado dia 5 de Outubro, a sua retirada oficial dos relvados. Esta é uma notícia triste para todos aqueles que admiravam o futebol do 'Bicho'. Alguns dos melhores momentos da vastíssima História do FC Porto, como o Pentacampeonato, a Taça UEFA, a Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental, foram construídos sob a égide do carismático Capitão. Quanta alegria e quanto orgulho sentimos ao vê-lo gravar as impressões digitais em cada taça conquistada. Ele que personificava, em campo, a raça, a mística, a ambição de um clube, de um povo e de uma região. O 'Bicho', como era tratado pelos companheiros, deu muito ao FCP. Apesar de alguns momentos menos felizes com Octávio Machado e Co Adriaanse, Jorge Costa merece receber uma homenagem do clube que ama. O líder de um grupo que foi campeão dentro e fora de fronteiras merece entrar num Dragão cheio e ouvir ecoar o seu nome pelas bancadas, num efusivo grito de gratidão. Porém, ninguém sabe se tal homenagem vai ou não realizar-se. Pessoalmente, gostaria que acontecesse já hoje, no FC Porto-Marítimo. O grande Capitão comemora 35 anos de vida e nada melhor do que esta data para prestar tributo ao homem e à sua carreira repleta de títulos. Jorge Costa dedicou 13 épocas ao FC Porto, num percurso com 16 anos como profissional. Ingressou no Porto, enquanto juvenil, vindo do FC Foz. Esteve emprestado ao Marítimo e ao Penafiel antes de consolidar a sua posição de dragão ao peito, na temporada de 92/93. Jogou ao lado de grandes craques como Aloísio, Fernando Couto e, mais tarde, Ricardo Carvalho. A sua influência no clube viria a ser reconhecida no ínicio da época 97/98. João Pinto (outro destacado Senhor Capitão) ofereceu-lhe a braçadeira e a mítica camisola nº 2. A sua designação para capitão assentou, certamente, em predicados que Jorge Costa transpirava como a liderança em campo e o carisma. O «Senhor Porto» era a voz de comando que com um berro estridente empurrava toda a sua equipa para a frente e, ao mesmo tempo, intimidava os avançados contrários. Jorge Costa era e sempre será uma referência para os adeptos e um exemplo para todos aqueles que têm o privilégio de vestir a nossa camisola. Jorge Costa era um futebolista transparente, à moda antiga, que fazia das tripas coração. O capitão quis ser eternamente fiel ao seu clube e aos adeptos que tanto o idolatravam. Apenas deixou o seu clube quando foi practicamente 'obrigado' a emigrar, primeiro para o Charlton e depois para o Standard de Liège. Nunca se ouviu da boca dele o "ah e tal, se aparecer uma proposta boa para mim e para o clube....", que hoje em dia está em voga no futebol. Nada disso. Jorge Costa sempre marcou a sua diferença. Exemplos de futebolistas que cumprem quase toda a carreira num mesmo clube já não abundam por aí. O seu coração sempre bombeou sangue azul e todos percebiam que no final de cada jogo a sua pele ficava em campo. A garra, a determinação, a capacidade de sofrimento (marcada nas 5 operações aos joelhos), a vontade de vencer, a paixão pelo clube e todo o espólio deixado no museu azul, perdurarão sempre na memória de todos os portistas. Se a 'tal' homenagem oficial do clube nunca acontecer, então resta a cada fã, da forma possível, parabenizar o grande campeão que tanto júbilo nos proporcionou. A forma resoluta que sempre empreendeu na defesa do símbolo do nosso clube merece todo o nosso respeito e reconhecimento. Neste espaço, aproveito para expressar o quão estou grato. Não haverá quem ignore a obra de um Mestre. Mestre do futebol, mas mais importante que tudo, Mestre do sentir uma paixão colectiva chamada Futebol Clube do Porto. NUNCA TE ESQUECEREMOS JORGE COSTA. OBRIGADO POR TUDO e.....até já.

Aqui fica o cunho de Jorge Costa:

-Campeão português: 92/93, 94/95, 95/96, 96/97, 97/98, 98/99, 02/03 e 03/04
-Taça de Portugal: 93/94, 97/98, 99/00, 00/01 e 02/03
-Supertaça de Portugal: 93/94, 94/95, 98/99, 99/00, 01/02, 03/04 e 04/05
-Taça Uefa: 02/03
-Liga dos Campeões: 03/04
-Taça Intercontinental: 04/05
-Campeão mundial de sub-20 em 1991

Thursday, October 05, 2006

5ª Jornada da Liga: Braga 2-1 FC Porto

Katrina? Gordon? Não, Braga!

Aconteceu, em Braga, a primeira derrota do FC Porto para o campeonato nacional. Neste jogo, a perda da invencibilidade foi tão inevitável como uma qualquer catástrofe provocada pela força da natureza. O SC Braga foi a tempestade que varreu a população atónita vestida de azul às riscas. Esta, não foi sequer uma tempestade de fazer em copos. Foi mesmo a valer! E o futebol do Porto foi curto e pouco, fraco e amorfo, mau e mau. Importa ressalvar que o Braga foi o grande opositor que o Porto ainda não tinha encontrado na Liga. Depois do Arsenal londrino, o homónimo de Braga não veio nada a calhar. O Sporting da Cidade dos Arcebispos também participou na ronda europeia e conseguiu o apuramento para a fase de grupos da UEFA ao bater o Chievo, na Cidade de Romeu e Julieta. Contudo, teve de jogar um prolongamento, sofrendo um desgaste considerável no périplo por terras transalpinas. Pensar-se-ia nisso como uma vantagem para o Porto, mas o decorrer da partida foi um desmentido categórico. Foi, sem dúvida, um motivo de inveja assistir a um Braga tão disponível, veloz e dinâmico. E se o Braga, na noite de Segunda-Feira, foi nome de furacão como Gordon, Helena ou Katrina, o Porto engalanou-se de vítima deliberada e descuidada. Inicialmente, o grémio azul até parecia dar mostras de querer precaver-se contra eventuais prejuízos, mas Lucho desmentiu-o. Ao minuto 4, o argentino recebeu isolado a bola de Quaresma, correu para Paulo Santos e chutou contra o corpo do guarda-redes bracarense. 'El Capitan' ainda tentou a recarga, mas sem efeito práctico. Lucho não marcou e pôs a nu o desleixo contra possíveis adversidades. Gorada a possibilidade de um argentino caçador de tempestades se intrometer na sua acção, o Braga alimentou a esperança de somar três pontos contra o campeão nacional. A invencibilidade do Porto, no campeonato, já seria suficiente para abrir apetites vorazes em época de caça aos três pontos. A isso, poderia juntar-se a solidez de uma defesa que apenas tinha consentido um golo. Mas não bastaram esses estímulos, o Porto teve de mostrar, explicitamente, que era um alvo a abater. E o minuto 4 foi o sinal que o Braga precisava para estar à vontade. Caía a chuva e soprava forte o vento. Indícios de que o pior estava mesmo para vir. E veio. O tufão de Braga trazia rajadas de ventos agrestes que empurravam os portistas para a defesa. A intempérie atacante do Braga sugava energia aos 'blues'. E não havia sinal de melhoria do tempo. Pelo contrário. Hugo Leal fez jus ao seu apelido e voluntariou-se para com os seus. Ganhou a bola a Assunção e passou-a para Wender. O brasileiro cruzou para Marcel que, sem oposição, inaugurou o marcador. Mas perguntam vocês: " E o Porto não tinha defesas para marcar Marcel?". Ora, defesas até tinha, mas Bruno Alves foi surpreendido com a fuga de Marcel e Ezequias (ele é defesa-esquerdo, mas não digam a ninguém) achou por bem marcar o citado colega de equipa, não fosse ele fazer auto-golo. E anulou-o com eficácia, diga-se. Com tanta que Marcel parece ter lacrimejado de solidão ao empurrar a bola para dentro da baliza de Helton, ao 25º minuto. O meio-campo do Braga superiorizava-se, claramente, ao do Porto, com Madrid a exteriorizar as suas 'ganas'. Jesualdo optou por substituir Assunção por Lisandro, numa altura em que o furacão arsenalista atingia a escala máxima. O Braga dominava o jogo sem que o Porto, aparentemente, pudesse ripostar. Eis que, numa surpreendente acalmia da fúria intempestiva bracarense, Quaresma recebe a bola de Lucho e cruza para a cabeça de Postiga empatar a partida, ao minuto 42. Um golo contra a corrente do temporal. Fizeram-se 15 minutos de tréguas, até tudo começar tudo de novo. Braga ao ataque, Porto a ser atacado. Aguaceiros abatiam a baliza de Helton, enquanto Paulo Santos secava de tédio. E tinha razões para isso. O primeiro remate do Porto, na 2ª parte, aconteceu a vinte minutos do fim. Porém, antes disso, o Braga marcou. Foi ao minuto 56. Quaresma perdeu a bola, para Luís Filipe, antes da linha de meio-campo. O lateral do Braga seguiu sozinho, com espaço e tempo para medir a intensidade do vento, a baliza, escolher os gomos da bola em melhor estado e chutar fora da área sem que alguém do FCP fosse ter com ele! Aos 81 min., Anderson rematou pela primeira vez à baliza. No período final, já com Vieirinha e Alan em campo, o Porto conseguiu equilibrar a contenda. Esteve mesmo perto de igualar o jogo ao minuto 86. Bruno Alves na esquerda cruzou para a área onde apareceu Licha a cabecear e foi por um triz que a bola não entrou na baliza. Todavia, o Braga foi forte demais. Naquela noite, não havia guarda-chuva que valesse ao Porto. O dragão molhou-se à séria! Perdeu e...bem. Para não repetir, se fazem favor.

Tuesday, October 03, 2006

5ª Jornada da Liga: Benfica 4-1 Desp.Aves

O voo da águia

Voltaram os sorrisos aos jogadores do Benfica, e a Fernando Santos. Voltaram as palmas da bancada. Voltaram os golos de Simão e Nuno Gomes. Voltou Rui Costa a jogar. Voltou o Benfica a ganhar, e com uma grande exibição.
Depois da (injusta) derrota para a 'Champions' frente ao Manchester, no mesmo Estádio da Luz, os 'encarnados' precisavam de uma vitória para ganhar moral e tranquilidade para os (importantes) confrontos que se seguem. Se possível, com uma "caçada" a merecer... palmas. A 'presa' parecia ser a ideal: o Aves. Com uma rectaguarda (quase totalmente) remodelada (Nélson, Miguelito e Ricardo Rocha voltaram a ser titulares), o Benfica entrou com 'ganas' e determinado a decidir o confronto bem cedo. Simão, a passe de Miccoli, deu o primeiro aviso, com um remate por cima da barra. Katsouranis deu o segundo, desta vez de cabeça, mas com o mesmo desfecho. Ainda assim, o Aves dispôs de uma excelente oportunidade. Xano, frente a frente com Quim, permitiu a defesa deste, quando o golo parecia certo. Quim continuava (por esta altura...) em grande! Aos 19 minutos, Paulo Jorge, após cruzamento de Miguelito e defesa para a frente de Rui Faria, cabeceou para o golo. À terceira foi de vez! Estava feito o 1-o e, com o domínio 'encarnado' por completo, pensava-se que o marcador não ficaria por aqui. Mas o que é certo é que o Aves deu sinal de vida e chegou (injustamente, diga-se) ao empate. Minuto 26. Filipe Anunciação remata froxo para a baliza de Quim. Este (aparentemente) agarra a bola, mas deixa-a passar por baixo das pernas até entrar na baliza. Um momento penoso para quem menos merecia. Quim vinha a ser o melhor jogador do Benfica nos últimos jogos, e foi (certamente) por isso que, apesar do frango, ouviu palmas de incentivo vindas da bancada. O Benfica não mais reagiu até ao intervalo e aí, voltaram os assobios.... A (verdadeira) águia voaria no intervalo ( o já habitual e único voo da "Vitória"). Intervalo esse que fez bem aos 'encarnados'. O golo do empate foi sentido, e de que maneira. A equipa precisava de novo alento e de um dinamizador como.... Rui Costa. O 'maestro' entrou ao intervalo e voltou aos relvados após umas semanas de paragem. E em boa altura regressou, porque (com ele) a música da 2º parte foi outra. Logo aos 49 min., Simão rompeu pela esquerda e tirou um cruzamento perfeito para Nuno Gomes se estrear a marcar neste campeonato. O 2-1 serviu, sobretudo, para tranquilizar mais a equipa e... os adeptos, que voltaram a bater palmas. E voltariam 15 minutos depois. Após (mais um) cruzamento da esquerda, o defesa William tentou 'levantar voo', mas quando alçou a "asa esquerda", (leia-se, mão) cortando o caminho da bola, acabou "caço" pelo árbitro. Penalty para Simão também voltar aos golos pelo Benfica. 10 minutos volvidos, o capitão saía tocado, Nuno Assis entraria para o seu lugar. O Aves estava dominado, e o jogo (praticamente) ganho. Faltava 1 minuto para os 90, quando Karagounis resolveu bater um livre. E que forma de resolver. Bola no ângulo e o guarda-redes.... a voar, sem lá chegar. Um golaço! O grego continua ( e continuará) a merecer a confiança de Fernando Santos. E bem tem feito por isso. Os 4-1 finais demonstram bem o domínio benfiquista, principalmente na 2º parte.
A "águia" voltou a voar, e bem alto. Com dois confrontos (para a Liga) no seu "ninho", leva outros tantos triunfos. Tendo agora duas semanas para repousar, espera-se que também consiga "dar asas" à vitória na próxima partida em Leiria....